29/11/2012 17h05 - Atualizado em 29/11/2012 17h11

Dólar fecha em alta com pressão do mercado no fim do mês

Investidores puxam valor na véspera da definição da taxa de referência Ptax.
Dólar fechou com alta de 0,33%, cotado a R$ 2,097.

Do G1, com informações da Reuters

Diferente do que ocorre no exterior, o dólar fechou em alta no país nesta quinta-feira (29), com investidores testando um novo patamar para a moeda norte-americana.

Durante as negociações, a moeda subiu mais de 1% e bateu o patamar de R$ 2,11, com investidores puxando a cotação para cima antes da formação da Ptax, uma taxa média calculada pelo Banco Central, na sexta-feira.

O dólar fechou com alta de 0,33%, cotado a R$ 2,097.

Na semana, a moeda acumula valorização de 0,73% e no mês, de 3,29%. No ano, a alta é de 12,23%.

Taxa de referência
A Ptax final de novembro será fechada por volta das 13h de sexta-feira. A taxa do último dia do mês é usada como referência para várias operações, como pagamento de exportações e empréstimos em dólar. O interesse das diversas partes envolvidas geralmente provoca maior volatilidade perto de fechamento da taxa, uma vez que agentes do mercado buscam uma cotação mais favorável para seus negócios.

"Eu descofio que a única coisa que justifica essa alta é a briga da Ptax; não vejo outro motivo, até porque todas as principais moedas estão se valorizando lá fora", afirmou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel.

Novo patamar
Apesar do descolamento do cenário internacional, analistas não acreditavam que o BC iria intervir devido ao caráter técnico do movimento. Além disso, muitos acreditaram que o teto da então banda informal de R$ 2 a R$ 2,10 está sendo deslocado para cima.

"Passamos de R$ 2,10 e vamos manter. Para mim está dado que o dólar ficará numa nova banda de R$ 2,10 a R$ 2,15", disse o especialista em câmbio da Icap Corretora Italo dos Santos.

Parte do mercado passou a interpretar que as autoridades brasileiras irão permitir o dólar mais valorizado para estimular a indústria nacional devido a declarações de integrantes do governo. Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a taxa de câmbio estava num patamar razoável, porém não totalmente satisfatório.

Outro fator que foi interpretado como motivo para o BC ficar fora do mercado é que a autoridade monetária tem em mãos contratos de swap cambial reverso --equivalentes a uma compra de dólares no mercado futuro-- que vencem em 3 de dezembro. Operadores acreditam que o BC devolverá liquidez ao mercado deixando esses contratos expiraram, o que poderá puxar a cotação da divisa norte-americana para baixo.

O BC já substituiu 32.500 contratos dos 62.800 que vencem em 3 de dezembro na última sexta-feira, quando realizou a operação inversa, ofertando swaps cambiais tradicionais para segurar um movimento especulativo que puxou o dólar para perto de R$ 2,12.

"Acredito que o BC vai deixar vencer o restante do swap reverso, mas o efeito disso deve ser contido diante da demanda de dólares que existe no mercado", afirmou o operador do banco nacional.

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