Economia

Lucro do Itaú Unibanco cai 7% em 2012

Lucro líquido de R$ 13,594 bilhões mostra recuo frente aos números de 2011

SÃO PAULO – Em meio a um cenário de juros em baixa e inadimplência em patamares elevados, o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, encerrou 2012 com lucro líquido 7% menor, saindo de R$ 14,621 bilhões em 2011 para R$ 13,594 bilhões no ano passado. De acordo com balanço publicado nesta terça-feira, no entanto, a comparação dos resultados do quarto e do terceiro trimestre mostra sinais de recuperação, com alta de 3,4% no lucro, de R$ 3,372 bilhões para R$ 3,492 bilhões. O mercado reagiu bem a esses números. As ações preferenciais (PN, sem direito a voto) do banco subiram 2,51% ontem, a R$ 34,19, num dia em que o Ibovespa, termômetro da Bolsa de Valores São Paulo, caiu 0,22%.

Com o resultado, o banco atingiu R$ 1,014 trilhão de ativos totais em 2012. Com isso, o Itaú foi o primeiro banco privado a superar a marca de R$ 1 trilhão em ativos totais.

— Foi um ano atípico. Em 2012, tivemos carteiras que caíram e outras que subiram muito, tudo isso pelas condições de inadimplência. Acho que 2013 será mais normal, com todas as carteiras crescendo, e algumas crescendo mais. As que mais vão crescer são provavelmente as ligadas a investimentos pelo Brasil e as de crédito imobiliário — disse Roberto Setúbal, presidente do Itaú Unibanco.

Em 2012, receoso com o ritmo dos calotes, o Itaú mostrou cautela na concessão dos empréstimos. A carteira de crédito do banco encerrou o ano com R$ 426,595 milhões, alta de 7% sobre os R$ 397,012 milhões de 2011. Para 2013, o banco está mais otimista e prevê crescimento da carteira entre 11% e 14%.

Dentre as modalidades de financiamento, a que mais cresceu foi a imobiliária: alta de 34,2% na comparação anual, para R$ 18,047 milhões. Setúbal estima que, neste ano, a fatia do empréstimo imobiliário supere a de automóveis — a maior da carteira total de crédito do banco, mas que encolheu 14,8% em 2012, para R$ 51,220 milhões.

Atrasos nos pagamentos diminuem

Diferentemente dos concorrentes (no Bradesco a taxa de inadimplência ficou inalterada, enquanto o Santander viu os calotes crescerem), o Itaú registrou leve redução no índice de atrasos. Na média, que considera financiamentos às pessoas físicas e jurídicas, a taxa dos pagamentos atrasados há mais de 90 dias ficou em 4,8% em dezembro do ano passado, contra 4,9% no fim de 2011 e 5,1% em setembro de 2012.

— Tivemos inadimplência mais alta que o esperado. Quando a economia cresce menos, a performance do crédito cresce menos. Os bancos foram muito agressivos, especialmente em 2010, quando estavam financiando 100% dos valores dos veículos; houve certo exagero. Ano passado tivemos redução do financiamento de veículos, justo para corrigir os exageros que ocorreram no fim de 2010 — afirmou Setúbal.

As despesas com provisão do Itaú caíram na comparação trimestral, outro sinal de recuperação. No quarto trimestre de 2012, o banco somou R$ 5,68 bilhões, menos que os R$ 5,94 bilhões dos três meses anteriores, mas ainda acima dos R$ 5,45 bilhões de 2011.