Rio

QR code: a história do Rio agora disponível na palma da mão

Projeto vai ser instalado em 30 pontos turísticos da cidade até o fim do ano
Modernidade. Mosaico com o código, no Arpoador, pode ser acessado por tablets Foto: Fábio Rossi / O Globo
Modernidade. Mosaico com o código, no Arpoador, pode ser acessado por tablets Foto: Fábio Rossi / O Globo

RIO — Alguns dos principais pontos turísticos do Rio terão um atrativo a mais para seus visitantes. Conforme mostrou na segunda-feira o “RJ-TV”, da TV Globo, o turista poderá apontar o seu smartphone ou tablet para um mosaico na calçada e ter informações em tempo real sobre o local. A tecnologia usada no mosaico é o QR code, um código de barras em duas dimensões que pode ser lido por telefones celulares e tablets. Os códigos foram entalhados em pedra portuguesa. O projeto tecnológico da Secretaria municipal de Conservação e Serviços Públicos, em parceria com Grupo Máquina PR e a agência de design e tecnologia digital Zóio, vai ser instalado em 30 pontos turísticos da cidade até o fim do ano.

Os dois primeiros QR code dos pontos turísticos serão inaugurados nesta sexta-feira, no Arpoador. Até março, outras três placas nas calçadas vão estar disponíveis na Pedra do Leme, Praia de São Conrado e Mirante do Leblon. Na cidade, o projeto foi batizado de QR Rio.

De acordo com o secretário municipal de Conservação, Marcos Belchior, a proposta é disseminar conhecimento e cultura sobre as belezas cariocas. A ideia, presente em monumentos de Portugal, está sendo implantada pela primeira vez no Brasil. Entre pontos turísticos estão: o Arcos da Lapa, a Praça Paris, a Vista Chinesa, o Jardim Botânico e a Praça Tiradentes. O QR code é uma tecnologia semelhante à utilizada nos códigos de barras, mas com potencial de armazenamento de informações maior. Após decodificado por um leitor, disponível na grande maioria das câmeras de smartphones e tablets, o sistema redireciona o acesso à informação publicada em um site.

— Também poderemos usar o QR Code divulgando eventos do calendário da cidade como a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações. Estamos integrando tecnologia com conservação. É uma nova porta aberta para população — disse Belchior.

Ainda conforme o secretário, o projeto foi implantado através de uma parceria público privada e não teve custos aos cofres municipais:

— Vamos esperar para ver como a população vai responder ao projeto. Caso seja aprovado, poderá ser estendido para toda cidade. Temos um grande potencial de utilização desta ferramenta. Cerca de dois milhões de visitantes de outros países desembarcaram no Rio em 2012.

As duas primeiras placas de QR code do Arpoador foram instaladas na segunda-feira. Na tela do seu celular ou tablet, o turista tem a visualização de informações online sobre o local. O visitante será avisado, entre outros detalhes, que o Arpoador é considerado a praia do surf: “Com cerca de 500 metros de extensão a praia reúne ondas fortes, além de uma iluminação noturna especial, o que favorece a prática noturna do esporte”.

Tecnologia e tradição

O turista será informado ainda que o Arpoador reúne turistas e moradores para assistirem ao pôr do sol. Uma curiosidade, também destacada a quem acessar o QR code, é que o ponto foi batizado com o nome de Arpoador porque, no passado, era comum naquela região a caça — por meio do arpão — de baleias que vinham do sul em busca de águas quentes.

O mestre Gedião Jorge Azevedo, que se especializou no trabalho artesanal com calceteiros portugueses e participou de obras como a calçada com as notas de Noel Rosa, em Vila Isabel, disse que está feliz em participar do projeto:

— Foi muito trabalhoso, mas valeu a pena ver essa arte em mosaico pronta. O QR code junta tecnologia com a tradição das pedras portuguesas nas calçadas do Rio de Janeiro.