Economia

Governo português cancela privatização da TAP, diz fonte

Synergy Aerospace não teria apresentado garantias necessárias

LISBOA – O governo de Portugal decidiu não vender a companhia aérea TAP à Synergy Aerospace, do empresário German Efromovich, segundo uma fonte próxima do processo, depois que o único candidato à privatização da empresa portuguesa falhou na entrega das garantias bancárias necessárias. Diante disso, Lisboa decidiu cancelar a privatização da TAP.

A venda da TAP, que tem dívidas estimadas em € 1,2 bilhão, é parte de uma liquidação de ativos estatais exigida pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para que o governo português possa receber um resgate de € 78 bilhões.

A operação resultaria, no entanto, em pouco reforço de caixa para o governo. Através da Synergy, Efromovich controla a AviancaTaca de Colombia, umas das principais aerolinhas comerciais da América Latina, que opera em mais de 100 rotas em 14 países.

A TAP tem rotas estratégicas no Atlântico Sul, para Brasil e África, bem como presença relevante na Europa com operação concentrada no aeroporto de Lisboa.

A privatização de 100% incluía uma fatia de 5% do capital da TAP para os funcionários. O governo português vinha afirmando que pretendia fechar a venda da TAP ainda em 2012.

Portugal tem tido sucesso nos processos de privatização e estima levantar mais do que os € 5,5 bilhões em 2012 e 2013 previstos nos termos do resgate ao país por União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI).

A venda das últimas participações de Lisboa nas empresas de energia EDP e REN, concluídas com sucesso e elevados prêmios, permitiram ao governo português levantar 60% do valor.

O governo pretende vender participações na ANA Aeroportos, CTT-Correios de Portugal, Águas de Portugal e em um canal da televisão pública RTP, além da última parcela da Galp Energia.