02/09/2014 19h05 - Atualizado em 03/09/2014 14h06

Marina é 'metamorfose ambulante', afirma Aécio Neves

Tucano afirmou que programa de Marina copiou plano do governo FHC.
Candidato recebeu ex-presidente no comitê central da campanha em SP.

Roney DomingosDo G1 São Paulo

O candidato Aécio Neves recebe o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no comitê de campanha em São Paulo (Foto: Roney Domingos / G1)O candidato Aécio Neves recebe o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso no comitê de campanha
em São Paulo (Foto: Roney Domingos / G1)

O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, criticou nesta terça-feira (2), em São Paulo, o que classificou como improviso nas decisões do governo Dilma Rousseff e apontou mudanças de posicionamento da candidata do PSB, Marina Silva, a quem chamou de "metamorfose ambulante". 

Aécio deu entrevista no comitê central de campanha ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e se disse "convicto" de que chegará ao segundo turno da eleição.

"O improviso não é o melhor conselheiro. Estamos vendo, de um lado, um governo que reage aos índices das pesquisas alterando suas convicções, o que não é bom – age até com certo desespero – e que vai perder as eleições. E,  do outro lado, o que eu vejo é uma candidatura que mais se assemelha a uma metamorfose ambulante, que altera suas convicções ao sabor das circuntâncias", declarou.

O candidato tucano lembrou que Marina ataca o PT, mas no segundo turno das eleições de 2010 não se posicionou para ajudar o PSDB a derrotá-lo.

"O Brasil tem que saber em qual Marina vai votar. Eu acompanhei com muita decepção no final da eleição de 2010 a omissão da candidata. Hoje ela condena violentamente o governo do PT. Poderia ter nos ajudado lá atrás a combater o governo do PT, se tivesse tomado uma posição no segundo turno. Para um lider político, a omissão é o pior caminho."

O candidato minimizou as declarações do coordenador da campanha, senador Agripino Maia (DEM-RN), interpretadas como sinal de apoio à candidata Marina Silva.

 

"Não tem qualquer sentido essa declaração com aquilo que pensam todos que estão envolvidos na minha campanha. Foi talvez uma forma equivocada de se expressar. [Ele] me ligou para dizer que não era nada daquilo", afirmou Aécio.

Indagado sobre a eventual possibilidade de renunciar à candidatura, ironizou: "Da presidente? Espero que a presidente não renuncie. Gostaria muito de enfrentá-la no segundo turno", afirmou.

O tucano afirmou que o capítulo de direitos humanos do programa de governo de sua adversária, Marina Silva (PSB), é uma cópia do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) feito em 2002 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

"Eu já vi incoerências muito grandes entre a prática da candidata e o seu discurso atualizado, mas me surpreendi hoje quando estava vindo para cá, ao perceber – talvez até muitos não saibam – que o capítulo dos direitos humanos da candidata Marina em seu programa de governo divulgado esta semana é uma cópia fiel. [...] Acho que a evolução – se convencer daquilo que não estava convencido lá atrás – é positivo. Agora, é importante que pelo menos se dê o crédito aos verdadeiros autores dessa proposta", declarou.

Aécio afirmou durante breve pronunciamento que agora inicia-se uma nova fase da campanha e convocou os militantes do PSDB. "Estamos prontos, neste momento em que se inicia uma nova campanha, porque nós tivemos uma campanha até o acidente que vitimou o meu amigo Eduardo Campos. Agora, é uma nova eleição. E nós partimos do patamar que estamos para crescermos, chegarmos ao segundo turno e vencer as eleições, pelo bem do país", disse.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que Aécio não é um candidato que se apresenta individualmente, mas é o representante de um conjunto de forças políticas.

"O Brasil está precisando de gente que tenha convicção, competência e experiência para governar. Tenho certeza de que o Aécio simboliza isso. Não é ele como pessoa, é o conjunto de pessoas e forças políticas e sociais que estão sustentando essa candidatura", declarou.

Declarações 'maliciosas'
Nesta quarta, a assessoria da campanha de Marina Silva divulgou nota na qual rebateu as declarações de Aécio Neves. No documento enviado à imprensa, a candidatura classifica as falas do senador como "maliciosas".

A nota diz ainda que as propostas que constam do programa de governo de Marina Silva estão em "absoluta sintonia" com as reivindicações históricas do Movimento Nacional de Direitos Humanos.

"Nosso programa, construído com a participação da nossa militância em direitos humanos, naturalmente incorpora essas conquistas e propostas que fazem parte do patrimônio coletivo das lutas do nosso povo pela efetividade dos direitos humanos. Pretender invocar autoria ou monopólio sobre essas propostas nada mais significa do que tentar instrumentalizar eleitoralmente a luta da militância do movimento de direitos humanos", diz o texto da nota.

A candidatura de Marina Silva atribui as declarações de Aécio Neves a uma "tentativa de manipulação eleitoreira" e à falta de vínculo do candidato com os movimentos de direitos humanos.

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