26/01/2013 20h31 - Atualizado em 26/01/2013 21h06

GM e sindicato firmam acordo para manutenção da fábrica em S. José

Anúncio foi feito pelo secretário nacional de Relações do Trabalho.
Ao todo, 1.538 funcionários correm risco de serem demitidos.

Do G1 Vale do Paraíba e Região

ultima reuniao gm sjc (Foto: Carlos Santos/G1)Última reunião de negociação durou 9h.
(Foto: Carlos Santos/G1)

A General Motors e Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos entraram em um acordo. O anúncio foi feito pelo secretário nacional de Relações do Trabalho, Manoel Messias Melo, durante coletiva concedida a imprensa às 20h20 deste sábado (26) após 9h de negociação. Mais detalhes não foram informados até as 20h30. Ao todo, 1.538 funcionários correm risco de serem demitidos.

Segundo ele, o acordo agrada o governo federal porque garante a geração de empregos na planta da GM em São José dos Campos. “Acordo envolve geração de emprego, manutenção do complexo em São José dos Campos, novos investimentos na região”, disse.

O prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida (PT), também comentou o acordo, mas não informou detalhes."Quero ressaltar aqui a maturidade de ambas as partes nesse processo. Sindicato e GM fizeram um grande esforço para chegar nesse acordo. Isso é muito positivo porque abre perspectiva para uma nova relação entre eles que possibilita a manutenção da planta e novos investimentos", afirmou.

Fim
Após 9 horas de reunião, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros 'Macapá', informou que teve fim a negociação com representantes da General Motors. A informação foi postada em uma rede social às 19h24 e, em poucos minutos, diversos trabalhadores responderam à informação pedindo detalhes do acordo.

A reunião foi realizada na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e contou com a participação de Luiz Moan, diretor de relações institucionais da General Motors, do prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida (PT), de representantes do Sindicato dos Metalúrgicos e o secretário nacional de Relações do Trabalho, Manoel Messias Melo.

Durante a reunião, Macapá postou por volta das 15h duas mensagens em uma rede social. Na primeira, ele disse que a GM estava avaliando uma proposta feita pelo sindicato. Na segunda, lembrou os trabalhadores sobre a assembleia que será realizada na segunda-feira (28).

Começo
Na manhã deste sábado, quando o encontro teve início, o clima era amistoso. “O futuro depende do que acontecer aqui hoje”, afirmou Moan para a imprensa. Do lado de fora do prédio, cerca de 50 trabalhadores acompanharam a negociação durante todo dia.

Antes de entrar na sala de negociação, Macapá disse que o problema não é a suspensão do banco de horas nem o piso salarial. “A GM insiste em faze demissões, esse é o problema. Estamos abertos para fazer uma negociação”, afirmou ao G1.

Entenda o caso
A GM anunciou em julho de 2012 a intenção de fechar o MVA, que na ocasião produzia quatro modelos - Classic, Corsa Hatch, Meriva e Zafira.

Sem um acordo em 2008 com o sindicato para a atração de novos investimentos para a planta, a GM encerrou a produção de três dos quatro veículos fabricados no local em julho e manteve apenas a produção do Classic, cuja promessa seria encerrar a produção em São José neste dia 26 de janeiro.

Com a redução na produção, a montadora avalia que a mão de obra do MVA, que empregava em agosto 1.840 funcionários, é excedente. Além disso, a direção considera a planta de São José pouco competitiva por conta do elevado custo da mão de obra em comparação com a concorrência. Se o impasse não for resolvido, a GM não descarta iniciar o processo de demissões. A GM só irá se manifestar após a reunião deste sábado.

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