28/01/2013 06h45 - Atualizado em 28/01/2013 06h48

Quilombolas e Marinha brigam por terras na Bahia

Justiça Federal decidiu pela retirada das famílias.
Elas permanecem no local e garantem que não vão deixar a terra.

Do Globo Rural

A comunidade Rio dos Macacos, no município Simões Filho, região metropolitana de Salvador, está com medo.

A tensão aumentou depois que a Justiça Federal decidiu manter uma ordem de despejo de parte das famílias.

A decisão já tinha sido tomada em agosto do ano passado, mas a Defensoria Pública da União, que defende a comunidade, entrou com recurso.

Cerca de 30 famílias vivem em uma área de 301 hectares, que está sendo reivindicada pela Marinha.

A disputa judicial pela posse da área se arrasta desde 2010, quando saiu a primeira decisão ordenando a desocupação das terras. Os moradores resistiram, alegando que os antepassados deles chegaram na região há mais de um século.

Em julho do ano passado, um relatório técnico do Incra reconheceu as famílias como descendentes de escravos e a área como remanescente de quilombo, mas o estudo ainda não foi publicado no Diário Oficial da União.

Os moradores acusam a Marinha de fazer pressão psicológica para forçar a saída deles. Segundo Rosilene Messias, um grupo foi até a casa dela forçá-la a assinar um documento, mas ela diz não saber do que se tratava.

A Defensoria Pública da União afirmou que vai apelar para o Tribunal Regional Federal de Brasília pra tentar impedir o despejo das famílias da comunidade Rio dos Macacos.

Em nota, a assessoria de comunicação do segundo distrito naval rebateu as críticas feitas pelos quilombolas e disse que a Marinha está sofrendo uma campanha de difamação com o objetivo de desviar o foco principal da disputa.

 

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