23/10/2012 17h24 - Atualizado em 23/10/2012 17h30

EPE confirma leilões de energia a ser fornecida em 5 anos para dezembro

Leilões A-3 dependem de Aneel decidir sobre contratos das usinas Bertin.
Rodadas regionais e por fontes estão por enquanto fora de cogitação.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Maurício Tolmasquim (Foto: Lilian Quaino/G1)Maurício Tolmasquim no Congresso Brasileiro de
Energia (Foto: Lilian Quaino/G1)

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, confirmou para dezembro o leilão de energia para novos projetos A-5, ou seja, de construção de geradoras de energia com previsão de início de fornecimento após cinco anos – neste caso, em 2017.

O leilão A-3, ou seja, para empreendimentos que deverão passar a fornecer energia dentro de três anos, seria outubro, mas foi adiado. O leilão ainda depende da demanda das distribuidoras, uma vez que a Agência Nacional de Energia elétrica (Aneel) ainda tem que decidir a situação das usinas de Grupo Bertin. Essas usinas estão com seus projetos atrasadas, e podem ter seus contratos revogados.

Se isso acontecer haverá demanda para se realizar o leilão, explicou Tolmasquin nesta terça-feira (23) no Congresso Brasileiro de Energia que se realiza na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

Leilões regionais e por fontes estão por enquanto fora de cogitação para o governo. Segundo Tolmasquim, leilões regionais, como os que vêm sendo solicitados na Região Sul devido à seca, só seriam realizados por questões de segurança, “caso determinada região precise de uma oferta que não seja atendida”. Já um leilão por fonte só aconteceria para promover uma determinada fonte, explicou.

“Necessidade regional por segurança ainda não apareceu. Se tiver algum estudo consistente o leilão será feito”, disse.

Desembolsos para do BNDES para energia
Já o chefe do Departamento de Fontes Alternativas de Energia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Antonio Carlos de Andrada Tovar, prevê para 2012 um desembolso com crescimento de 25% em relação a 2011, passando de R$ 18 bilhões para R$ 23 bilhões, sendo que dois terços do total são para energia.

“Com uma regulamentação sólida, o risco é baixo e tem que ser visto pelos empreendedores. Os contratos são de longos prazo, com condições de financiamentos atrativas”, disse.

Vanguarda em matriz limpa
Segundo Tolmasquim, as emissões de gases de efeito estufa do Brasil do setor energético são 20 vezes menor que emissões chinesas. Já no setor elétrico as emissões são 100 vezes menores que o setor chinês.

Isso porque, explicou ele, 80% da matriz elétrica brasileira é de fonte hídrica. Enquanto no mundo 40% da energia tem como principal fonte de energia o carvão, no Brasil o carvão é responsável por apenas 1% da energia elétrica, disse.

“O Brasil tem condição de manter a vanguarda com sua matriz limpa por causa de seus recursos. Somos o terceiro maior potencial hidrelétrico do mundo depois da China e da Rússia, mas usamos apenas um terço desse potencial. Países como Noruega e Alemanha usam 100% desse potencial. O bioma Amazônia usa só 7% do potencial hidrelétrica”, disse.

Para ele, a grande fronteira hidrelétrica está no Norte. “Tem que preservar o bioma Amazônia e as florestas, mas é possível aproveitar parte desse potencial hidrelétrico sem deixar de preservar a biodiversidade. Não são objetivos antagônicos”, explicou, ressaltando que o Brasil hoje tem 84% de capacidade instalada de energia em fontes renovável.

Mas, para o presidente da EPE, a energia eólica no Brasil é que tem uma história que chamou de fantástica.

“O mundo estuda os leilões que realizamos. Partimos de zero em 2005 para oito mil megawatts contratados em 2016. O preço de R$ 300 megawatt/hora caiu para R$ 110 o megawatt/hora. Hoje o mundo estuda o caso do Brasil, de como introduzir uma fonte alternativa de forma competitiva sem onerar o consumidor”, disse, explicando que em 2013 o Brasil disputa com a Alemanha o quarto lugar em incremento de capacidade.

Para ler mais notícias do G1 Economia, clique em g1.globo.com/economia. Siga também o G1 Economia no Twitter e por RSS.

tópicos:
veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de