Aparentemente é uma mulher alta, magra e morena que precisa de ajuda, mas que no final das contas só quer mesmo aplicar um golpe. Essa é a alegação de moradores de Ribeirão Preto (SP) que foram vítimas de uma suspeita que inventa diferentes pretextos, como vontade para ir ao banheiro e dores de cabeça, para entrar nas casas e levar dinheiro e objetos de valor.
De um modo geral, segundo as vítimas, a mulher explora a boa vontade dos moradores e age de modo discreto. Foi o que aconteceu com a professora Priscila Tatiana de Souza, que deixou a suspeita usar o banheiro de seu quarto e foi buscar água para ela. Ao retornar, percebeu que algumas cédulas deixadas em cima do criado-mudo haviam sumido. Mesmo diante dos fatos, a suposta ladra negou a acusação e foi embora. “Ela me disse que se soubesse [da acusação] não tinha pedido para usar meu banheiro. De repente me dei conta que estava com uma estranha dentro de casa”, disse.
Outras vezes, no entanto, o modo de agir é mais violento. Na sede de uma organização não governamental no bairro Marincek, a mulher rendeu uma funcionária e a trancou em um quarto depois de convencê-la a abrir a porta porque estava com dor de cabeça, segundo o presidente da instituição Eurípedes Francisco de Oliveira.
Depois disso, a invasora fugiu com documentos e dinheiro do caixa da ONG. “A funcionária ficou compadecida com a situação da moça, abriu a porta e logo em seguida foi mantida como refém”, afirmou. Segundo Eurípedes, outras pessoas também foram alvo do mesmo golpe da mulher alta e magra.
De acordo com o delegado Sérgio Siqueira, a mulher descrita pelas vítimas chegou a ser presa em flagrante há um ano pelo mesmo tipo de roubo. Para ele, os moradores precisam ter mais desconfiança diante de estranhos e contatar a polícia. “Essas pessoas não devem cair nesse conto. Temos casos que às vezes fogem à compreensão”, afirmou.