Dólar comercial anula alta; mercado analisa comentários de Mantega

Fechar comentários

Dólar comercial anula alta; mercado analisa comentários de Mantega

Valor Online
Tamanho do texto A A A

O dólar segue perdendo fôlego ante o real e opera perto das mínimas do dia nesta sexta-feira. Segundo profissionais, o fraco volume de operações acaba deixando o mercado ainda mais à mercê de operações e fluxos pontuais, que hoje mais uma vez colaboram para o enfraquecimento da moeda americana. Somado a isso, o dólar mostra menos força também no exterior, diante do menor receio de que os Estados Unidos retirem as medidas de estímulo econômico em curso, expectativa que veio à tona ontem com a ata do Federal Reserve.

Às 14h27, o dólar comercial tinha variação positiva de 0,04%, para R$ 2,036, perto da mínima do dia de R$ 2,035 (fechamento de ontem e que foi o mais baixo em quase dois meses). Na máxima, a moeda foi a R$ 2,051. Na BM&F, o contrato de dólar para fevereiro caía 0,53%, a R$ 2,044, ajustando-se ao comportamento do dólar lá fora depois de ter anulado no fechamento a queda verificada ao longo de quase toda a sessão de ontem.

O volume de negócios no mercado interbancário não passava de US$ 859,2 milhões às 14h33, praticamente o mesmo das últimas duas horas.

O enfraquecimento da moeda americana é visto também no exterior, com destaque para a alta do peso mexicano, que sobe 0,39% ante a moeda americana, para 12,7628 pesos por dólar. O euro, por sua vez, oscila perto da estabilidade, a US$ 1,3047, recuperando-se após cair a US$ 1,2999, menor patamar em mais de três semanas.

À tarde, o mercado se deparou com declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a taxa de câmbio agora está "numa posição mais favorável". Em entrevista à agência de notícias Dow Jones, Mantega afirmou que não só o câmbio, mas os juros também estão num "maior equilíbrio" agora do que no início de 2012. Segundo o ministro, o dólar "agora flutua mais de acordo com o mercado".

Os comentários de Mantega sobre o dólar vão na mesma linha de declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central feitos no mês passado. Ao comentar em dezembro as projeções do BC trazidas pelo Relatório Trimestral de Inflação, Carlos Hamilton Araújo destacou que a taxa de R$ 2,05 - próxima da qual o câmbio se encontra hoje e utilizada pelo BC para o cálculo das projeções de inflação no cenário de referência - era "mais razoável" do que a de R$ 2,10.