mudança (Foto: Anderson Viegas/G1 MS)
A pecuária de Mato Grosso pode perder 1,5 milhão de hectares para a agricultura nos próximos dois anos. A falta de políticas públicas e renda para o produtor tornaram a atividade pouco atrativa em comparação com as demais culturas. De acordo com o secretário-adjunto de Política Agrícola da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), Luíz Carlos Alécio, a perda de área da pecuária para a agricultura deve ocorrer em menos tempo e na mesma proporção que foi nos últimos anos.
Segundo ele, nos últimos 3 anos cerca de 1,5 milhão de hectares reservados para a pecuária foram transferidos para a agricultura. No país, somaram 10 milhões de hectares ocupados atualmente pelos grãos. "O pecuarista não tem renda suficiente para custear a produção e ter rentabilidade. Já os produtores que têm estão optando para a agricultura, saindo da pecuária".
A falta de atratividade da pecuária também é resultado do alto custo de produção e do baixo retorno para o produtor. O preço real da arroba do boi gordo tem apresentado redução, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Para se ter ideia, o preço da arroba atual de R$ 85,67 é 24% maio em relação ao valor real cotado em novembro de 2010, de R$ 111,79 a arroba, descontada a inflação. O custo de produção, por outro lado, teve aumento de 4% somente no último ano. O ciclo completo de cria e engorda passou de R$ 87,85 por arroba em 2011 para R$ 91,55/@ em 2012.
O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, destaca que os produtores precisam de políticas públicas específicas. 'Precisamos de créditos para financiamento da pecuária condizentes com a situação do setor".
Além disso, pontua que o cenário da pecuária é incerto, bem como o bom momento vivenciado pela agricultura. "O que vai direcionar é o mercado. No caso da pecuária, temos condições suficientes para atender qualquer crescimento na demanda", afirma.