Rio

Passageiro assume direção de ônibus da linha 352, em Jacarepaguá

Ele dirigiu até o cemitério do Cajú, após motorista e trocadora abandonarem o veículo

RIO — Não foram apenas acidentes que marcaram as viagens de ônibus, nesta quinta-feira. Por volta das 17h, uma situação inusitada ocorreu num veículo da linha 352 (Castelo-Riocentro): um passageiro assumiu o volante, após o motorista e a trocadora abandonarem o ônibus. Outras pessoas que estavam no coletivo chegaram a achar que se tratava de um sequestro. O passageiro-motorista dirigiu da entrada da Linha Amarela, na altura da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, até o Cemitério do Cajú, apesar dos apelos para que parasse o ônibus.

A turismóloga Flora Pereira Flor pegou o ônibus na altura do Riocentro, na Barra, e contou que o motorista e a trocadora abandonaram o veículo após discutirem com passageiros por causa da superlotação. O ônibus ficou um tempo parado no ponto, até que o homem decidiu assumir a direção e seguir viagem. Ao estacionar ao lado do Cemitério do Cajú, todos desceram. O homem que dirigia o veículo sumiu do local.

— Liguei para o 190 quando o ônibus ainda estava parado no ponto, mas a atendente me pedia tanta informação que não consegui concluir o chamado. Depois, quando o ônibus começou a andar, achei que estivesse sendo sequestrado. Um homem que estava perto de mim disse que conhecia o passageiro que estava assumindo a direção, que ele era motorista profissional e sabia dirigir ônibus. Fiquei um pouco mais calma, mas ainda assim preocupada com o que poderia acontecer se a polícia parasse o ônibus. Nunca tinha vivido nada parecido — contou Flora.

Segundo ela, quando o homem estacionou o veículo na altura do Cemitério do Cajú, todos os passageiros desceram. Eles procuraram policiais que estavam num posto próximo do local. Flora e outros dois passageiros foram para a 17ª DP (São Cristóvão) registrar a ocorrência. No entanto eles não foram ouvidos.

— Os policiais só ouviram o PM. Foram para a delegacia também o fiscal da empresa de ônibus e a trocadora. Lá, os agentes disseram que não houve crime — contou Flora.