06/12/2012 17h02 - Atualizado em 06/12/2012 17h04

Dólar fecha em baixa pelo quarto dia seguido nesta quinta-feira

Moeda norte-americana cedeu 0,86%, para R$ 2,079 na venda.
Intervenções do BC e medidas do governo afetam o mercado de câmbio.

Do G1, com informações da Reuters

O dólar fechou em queda ante o real pelo quarto dia seguido nesta quinta-feira (6), com o mercado antecipando o efeito das medidas anunciadas nos últimos dias para estimular a entrada de divisas no país, numa aparente preocupação das autoridades brasileiras com a recente desvalorização do real.

A moeda norte-americana cedeu 0,86%, para R$ 2,079 na venda.

"A simples perspectiva de entrada (de fluxo) já derrubou (o dólar). O mercado está reagindo antes do fato e já está se posicionando antes desses ingressos", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.

A série de intervenções e medidas adotadas nesta semana trouxeram o dólar para abaixo de R$ 2,10, depois que a divisa raspou em R$ 2,14 na sexta-feira, quando fracos números de crescimento alimentaram interpretações no mercado de que o governo favorecia o dólar mais valorizado para incentivar as exportações do país.

Na terça-feira começaram as medidas para destravar a entrada de dólares no país. O BC facilitou o financiamento ao exportador, aumentando o prazo para a isenção de taxação do pagamento antecipado.

Na quarta, o governo reduziu de dois anos para um o prazo de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% no ingresso de empréstimos externos.

Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a medida irá facilitar capital de giro e investimentos no país, e justifica-se porque os cortes recentes da taxa básica de juros tornaram o Brasil menos atrativo para capitais especulativos.

Nehme, da NGO, interpreta que as medidas visam segurar o dólar abaixo de R$ 2,10 devido a preocupações com a inflação, mas destacou também uma precaução do governo em relação ao nível de endividamento das empresas brasileiras.

"O BC deixou (o dólar) subir para R$ 2,10, que já é uma nova faixa, só que ele não pode deixar esse movimento ser muito brusco porque pressiona a inflação e prejudica empresas com passivos expostos em moeda estrageira", disse o diretor-executivo.

Embora a avaliação de que o dólar mais valorizado poderia aumentar a competitividade das empresas brasileiras no exterior, pondera-se que outros setores da indústria, dependentes de importação de insumos e componentes, seriam impactados negativamente, assim como elevariam os custos do setor de serviços, cuja estabilidade no terceiro trimestre pesou sobre o resultado do PIB.

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