20/02/2013 09h36 - Atualizado em 20/02/2013 15h17

Dólar opera com pouca variação em relação ao real nesta quarta-feira

Mercado segue atento ao Banco Central.
Na véspera, dólar caiu 0,41%, para R$ 1,955 – menor cotação desde maio.

Do G1, com informações da Reuters

O dólar comercial opera com pouca variação ante o real nesta quarta-feira (20), negociado em torno de R$ 1,95, o que pode acender o sinal amarelo do Banco Central caso o mercado tente testar o suposto piso durante a sessão.

Perto das 15h17, a moeda norte-americana subia 0,23%, para R$ 1,9595 na venda.

O cenário internacional está mais avesso ao risco e dados fracos da economia brasileira compensam a pressão vendedora dos bancos sobre o mercado.

Declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, de que a atual estratégia do banco continua válida neste momento alimentou interpretações entre analistas de que a autoridade usará um real mais apreciado para conter a inflação em vez de subir a taxa básica de juros no curto prazo.

"A expectativa agora é que tenhamos por pelo menos dois meses um cenário de utilização do real para conter a inflação", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme. "Se não houver sucesso, então o BC usará a Selic", emendou, avaliando que o BC não subirá a taxa básica de juros nas reuniões de março e abril, no mínimo.

A divulgação da inflação oficial de janeiro e declarações do próprio Tombini de que os preços ficarão pressionados no primeiro semestre fizeram o mercado passar a apostar em alta da Selic - atualmente na mínima histórica de 7,25% - neste ano, enquanto o mercado de câmbio ganhou força para buscar patamares mais baixos.

No entanto, o BC evitou duas vezes que o dólar caísse abaixo de R$ 1,95 nas últimas semanas, configurando o que o mercado vê como um novo piso informal.

"Há uma pressão vendedora por causa dos dados de inflação, mas o interesse (do governo) é deixar a moeda perto do piso de R$ 1,95", argumentou um operador de um grande banco nacional, pedindo anonimato. "Então acho que o mercado não está indo com tanta agressividade."

Segundo Nehme, da NGO, o BC não deve aceitar o dólar muito abaixo desse patamar, pois poderia prejudicar os exportadores e provocar críticas do setor industrial, além de causar dificuldades para a recuperação econômica num momento em que a atividade ainda dá sinais de fraqueza.

Nesta manhã, o BC informou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), desacelerou a uma alta de 0,26% em dezembro ante novembro e encerrou 2012 acumulando um crescimento de 1,35%, segundo dados dessazonalizados. Analistas esperavam alta de 0,4% em dezembro.

Na véspera, a moeda dos EUA caiu 0,41%, para R$ 1,955, menor cotação desde 10 de maio do ano passado, quando encerrou a R$ 1,9521. No mês, a moeda acumula queda de 1,76% até o momento e, no ano, perde 4,39%.

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