As exportações de produtos básicos, ou seja, de itens que não são industrializados, recuaram 23,1% em outubro deste ano, para US$ 9,24 bilhões, e puxaram para baixo o saldo positivo da balança comercial no mês passado, que foi o mais baixo para o mês desde 2009, segundo números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Dados do governo mostram que as exportações de petróleo em bruto, por exemplo, recuaram 58,8% em outubro deste ano, para US$ 794 milhões, na comparação com o mesmo mês do ano passado. As vendas externas de minério de ferro caíram 36,8% na mesma base de comparação - para US$ 2,6 bilhões. Também houve queda nas exportações de café em grão (-37,1%, para US$ 571 milhões) e de soja em grão (-29,5%, para US$ 574 milhões) em outubro deste ano.
"No caso do minério de ferro, certamente essa queda está relacionada com a crise. Houve redução de demanda. No caso do petróleo, consultamos a Petrobras e a informação que obtivemos que é resultado da queda da produção nacional e do aumento dos volumes de processamento de óleos nacionais. Estamos refinando e exportando mais", afirmou a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres.
Segundo ela, o resultado da balança comercial de outubro não foi pior por conta do resultado das vendas externas de produtos manufaturados e semimanufaturados (ambas categorias de produtos considerados "industrializados"), que, apesar da crise externa, bateram recorde para meses de outubro. No caso dos manufaturados, houve crescimento de 0,9% sobre outubro do ano passado, para US$ 8,62 bilhões, e, sobre os semimanufaturados, houve alta de 4,5% contra outubro de 2011 - para US$ 3,46 bilhões.
Os destaques nas vendas de manufaturados, segundo o MDIC, foram: plataforma para exploração de petróleo, etanol, óxidos e hidróxidos de alumínio, açúcar refinado, óleos combustíveis, bombas e compressores. No caso dos semimanufaturados, houve alta nas vendas externas de alumínio em bruto, óleo de soja em bruto, ferro fundido e açúcar em bruto, entre outros.
"Esse recorde de exportações de semimanufaturados e de manufaturados, para meses de outubro, é um dado especialmente relevante em um cenário de crise, em que as exportações brasileiras encontram dificuldade (...) O Brasil sente os efeitos da crise, pois está inserido no cenário externo. Experimenta redução de preços e retração de mercados imporatntes, como a União Europeia, que compra 20% das exportações brasileiras. Mesmo assim, o comércio brasileiro tem o seu segundo melhor ano, com a segunda melhor média diária para as exprotações e importações", concluiu Tatiana Prazeres, do MDIC.
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