Política

Acusado de atirar em menina que morreu defendendo o pai se entrega em Goiás

A garota Kerolly, de 11 anos, teve morte cerebral, segundo hospital

Kerolly foi baleada na cabeça e teve morte cerebral
Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Kerolly foi baleada na cabeça e teve morte cerebral Foto: Reprodução/TV Anhanguera

SÃO PAULO - Foi preso no início da noite desta segunda-feira, em Aparecida de Goiânia, o comerciante George Araújo, acusado de atirar e matar a menina Kerolly Alves Lopes, de 11 anos. A garota tentou defender o pai durante uma briga em uma pizzaria da cidade, no fim do mês passado. O acusado, que se entregou acompanhado de um advogado, fez exame de corpo de delito e vai passar a noite na Delegacia de Homicídios de Goiânia. Ele será apresentado à imprensa amanhã, na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia.

Na manhã desta segunda-feira, a equipe médica do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) confirmou a morte cerebral da menina. Kerolly continua ligada a aparelhos, que mantêm sua respiração e os batimentos cardíacos. Ela está na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) desde o dia 27, quando foi atingida por dois disparos. A bala atravessou a cabeça, segundo os médicos. Seu estado de saúde era considerado gravíssimo e ela tinha apenas 10% de chances de sobrevivência devido à lesão causada pelo ferimento.

O crime aconteceu depois que o pai, o serralheiro Sinomar Lopes, discutiu com George Araújo de Souza, dono de uma pizzaria. Imagens de câmeras de segurança mostram que as irmãs Kerolly e Pérola Alves Lopes, de 14 anos, abraçaram o pai quando viram a arma apontada para ele. Foram disparados três tiros, sendo que dois atingiram a perna e a cabeça de Kerolly.

O dono da pizzaria teve a prisão preventiva decretada no dia 30 de abril. Ele chegou a prestar depoimento em uma delegacia e alegou ter disparado em legítima defesa, mas foi liberado pela polícia.

Em entrevista ao Fantástico neste domingo, o pai de Kerolly declarou que se sentia culpado.

- Hoje eu queria estar no lugar dela. Queria! Eu queria ser naquela hora lá. Porque o pai mesmo é pai e herói do filho, né? Eu estou sentindo no meu coração que, naquela hora, eu não fui ninguém. Uma culpa imensa vendo aquela menina lá - disse ao Fantástico.