A China aplicou uma multa recorde de 1,235 bilhão de iuanes (201 milhões de dólares) contra fabricantes japonesas de autopeças por manipular preços, à medida que o governo intensifica o cumprimento de uma lei antitruste que tem tido como alvo grandes corporações e reacendeu preocupações sobre protecionismo.
As multas, as maiores aplicadas até agora pelo regulador de preços, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, seguem um repressão global inclusive nos Estados Unidos e na Europa contra fraude de preços no setor de autopeças, que tem afetado na maior parte companhias japonesas.
Na China, a Sumitomo Electric Industries foi a fabricante mais duramente atingida pela comissão, com uma multa de 290,4 milhões de iuanes.
A Denso e a Mitsubishi Electric também estão entre as 12 fabricantes de autopeças que a comissão disse que estavam em conluio para reduzir a concorrência e estabelecer preços favoráveis para seus produtos, segundo sua investigação.
Os acordos violaram a lei antimonopólio da China e "afetaram de maneira inapropriada os preços de autopeças, de veículos inteiros e rolamentos", disse a comissão em um comunicado publicado em seu website nesta quarta-feira.
A China está intensificando seus esforços para fazer com que companhias fiquem em conformidade com a lei antimonopólio que vigora desde 2008, e nos últimos anos têm aplicado multas salgadas contra empresas estrangeiras incluindo a Mead Johnson Nutrition e a Danone.
Especialistas jurídicos, no entanto, destacaram que as autoridades aparentemente aplicam a lei mais contra multinacionais estrangeiras do que contra companhias locais. As autoridades dizem que a lei é aplicada tanto para empresas domésticas quanto estrangeiras, com o objetivo de proteger consumidores.
Audi, Chrysler e Mercedes-Benz são acusadas pela China
No início do mês, órgão regulador da concorrência entre empresas na China anunciou iria punir Audi e Chrysler por prática de monopólio no maior mercado de carros do mundo. As montadoras poderiam ser multadas em 10% sobre o que ganharem com vendas no ano.
De acordo com o jornal "The New York Times", o governo chinês também acusou a Mercedes-Benz de violar a lei antitruste de preços, alegando que a empresa trabalha com preços "exorbitantes" em suas peças e serviços de pós-vendas.