Economia

Petrobras faz captação recorde no exterior: US$ 11 bilhões

Oferta foi a segunda maior do ano e pagou juros mais baixos

RIO E NOVA YORK – A Petrobras emitiu nesta segunda-feira US$ 11 bilhões em títulos corporativos de dívida (bonds) no exterior. Essa foi a segunda maior emissão de dívida corporativa entre empresas de todo mundo realizada este ano, perdendo apenas para a Apple, que emitiu US$ 17 bilhões, no início deste mês; e a quinta maior da história em dólares. A emissão foi dividida em seis diferentes categorias, sendo que o papel com vencimento em 2023 saiu com juros de 4,375% ao ano.

Em janeiro de 2011, a estatal fez emissão semelhante em dólares e teve de pagar 5,375% de juros ao ano. Para analistas, a redução das taxas de juros em diversos países criou uma carência de títulos de renda fixa de empresas, o que favoreceu à petrolífera emitir dívida com juros menores.

— A Petrobras demorou a fazer essa emissão. Mas aproveitou a demanda por títulos corporativos de dívida brasileira com grau de investimento — disse Juliana Moreira, operadora sênior de renda fixa do Crédit Agricole em Miami.

US$ 20 bi para financiar investimentos

Segundo o Plano de Negócios empresa para o período de 2013 a 2017, que prevê investimentos de US$ 236,7 bilhões, a Petrobras terá que buscar no mercado US$ 61,3 bilhões, o que significa uma captação média anual de US$ 12 bilhões. A empresa já havia obtido US$ 7 bilhões no primeiro trimestre. Agora, com esses US$ 11 bilhões, mais que superou sua necessidade anual de captação de recursos. A companhia tem dívida líquida de US$ 74,2 bilhões.

A estatal deverá ofertar títulos com resgate em três, cinco, dez e 30 anos, bem como notas de taxa flutuante para três e cinco anos, segundo fontes do mercado.

O diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse no último dia 29 de abril que a empresa espera captar este ano cerca de US$ 20 bilhões por meio de venda de bônus e empréstimos, para ajudar a financiar o extenso plano de investimento da empresa.

— Acredito que haverá dinheiro de verdade mostrando forte interesse. Isto irá testar o apetite do mercado em algum grau, mas a Petrobras é uma empresa com reconhecido “quase soberano” (baixo risco de crédito) — afirmou Henri Alexaline, da FM Partners.

A transação está sendo formatada por Banco do Brasil, Itau Unibanco, Bank of America, Citigroup, HSBC, JPMorgan Chase & Co. e Morgan Stanley.