Economia

Credit Suisse baixa recomendação de OGX para ‘venda’

Mudança traz potencial de queda de 24,5% para papéis da empresa em 12 meses

RIO - O relatório de produção decepcionante da OGX levou o banco Credit Suisse a rebaixar a recomendação sobre as ações da petrolífera de Eike Batista, de neutra para underperform , o equivalente à venda. O preço-alvo foi cortado de R$ 5,70, valor fixado em janeiro deste ano, para R$ 2. A alteração traz um potencial de queda de 24,5% para o papel em 12 meses.

As mudanças na avaliação sobre a empresa são fruto de duas percepções do banco: uma, de que a possibilidade de financiamento em geral melhorou com a parceria entre EBX e BTG Pactual; por outro lado, o portfólio de ativos da companhia manteve-se inalterado. Para a instituição financeira, a OGX precisa provar que consegue entregar um desempenho melhor.

Entre os problemas para a OGX, o Credit elenca o endividamento líquido e o forte nível de investimentos para garantir o início da produção em todos seus poços. O caixa disponível para que a empresa possa, por exemplo, participar do leilão de petróleo da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) seria baixo demais.

Por isso, a opção que a companhia tem de fazer com que seu controlador, Eike Batista, aporte recursos em até US$ 1 bilhão seria importante. A parceria com o BTG também poderia garantir o financiamento necessário para a operação da companhia, de acordo com o Credit.

O grande problema para a OGX, analisa o banco, é que as más notícias se sobrepõem às boas. Ontem, o relatório de produção de fevereiro da petrolífera ficou abaixo do que o mercado esperada e mais uma vez reduziu a percepção sobre o volume de extração no poço operacional da empresa, o Tubarão Azul.

O comportamento das ações também foi bem instável nos últimos pregões da BM&FBovespa. Após a divulgação da parceria entre Eike e o banco de André Esteves, os papéis subiram 16%, para caírem 9% e 15% nas sessões seguintes. O movimento da OSX na bolsa foi semelhante, com uma alta de 10% e baixas de 3% e 7%, nesta ordem.

O relatório, assinado pelos analistas Emerson Leite, Vinicius Canheu e André Sobreira, também referiu-se à OSX, de estaleiros. Para as ações da companhia, a recomendação foi mantida em outperform , que equivale à compra, e o preço-alvo foi calculado em R$ 8,40. O potencial de valorização é de 27,3%.

Para a empresa, a recomendação positiva se deve a outros fatores além de seus ativos. Apenas a liquidação de alguns negócios já garante R$ 7,70 em preço-alvo para as ações da OSX, mostram os analistas. Para a OGX, a dívida líquida e despesas operacionais cortam R$ 2,30 no total, reduzindo o valor de seus ativos quase que pela metade no preço-alvo de R$ 4,30 para R$ 2.