Dos 60 quilômetros de asfalto da MT-299, que liga a BR-163 com o terminal ferroviário de Itiquira, sul de Mato Grosso, 22 estão com quase mil caminhões parados há várias horas.
O problema começou no sábado (9) e até agora, segundo os motoristas, nenhuma autoridade do município ou do estado ofereceu qualquer tipo de assistência. A ajuda chegou de longe através da solidariedade.
Para tentar amenizar o problema dos motoristas, um grupo viajou mais de 300 quilômetros de Cuiabá para servir água de graça para os caminhoneiros. O jeito é hidratar bem o corpo e ter muita paciência. Percorrer o trecho congestionado leva duas horas e não há sinal de movimento.
No pátio do terminal a situação também é crítica, centenas de veículos também estão parados e o local está superlotado. Quase 400 pessoas dividem um pequeno espaço reservado para o banho, só que não há água.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte tudo aconteceu porque não existem vagões suficientes para atender a quantidade de caminhões que chegam diariamente no terminal.
A situação deve durar ainda mais algum tempo porque a ALL, concessionária da ferrovia, diz que não é responsável pela infraestrutura do terminal de Itiquira. Segundo a empresa, é o governo de Mato Grosso que deve garantir o serviço.
O secretário de Logística do Estado, Francisco Vuolo, discorda. Ele afirma que o terminal é privado e que todo o trabalho de operação e de manutenção é, sim, de responsabilidade da ALL. O impasse está instalado.
Correção: Na reportagem acima, os motoristas parados reclamavam que estavam sem água, sem banheiro e sem área de descanso. No final, foi dito que a empresa ferroviária ALL responsabilizava o governo do estado pelos problemas de infraestrutura. Nós erramos. A ALL não deu esta informação. Na verdade, o terminal de Itiquira pertence a uma empresa privada, que nos enviou nota, se solidarizando com os caminhoneiros.
A empresa esclarece que as filas refletem a carência de mais terminais e ferrovias em Mato Grosso, e não um problema exclusivo do terminal. A empresa informa, também, que pretende implantar um sistema de agendamento de desembarque para evitar as filas de caminhões.