14/03/2013 11h27 - Atualizado em 14/03/2013 11h30

Renda e crédito melhoraram o varejo no país em janeiro, diz IBGE

Sobra do 13º fez consumidores gastarem mais em supermercados.
Com os gastos de início do ano, vendas de carros tiveram queda.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Vendas no varejo crescem 0,6% em janeiro, indica IBGE (Foto: Editoria de Arte/G1)

O avanço de 0,6% no volume de vendas do comércio varejista no país em janeiro, em comparação a dezembro de 2012, é resultado do aumento de renda dos brasileiros, que vêm contando ainda com maior oferta de crédito e com estabilidade no emprego, explicou nesta quinta-feira (14) Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao divulgar os resultados da Pesquisa Mensal de Comércio.

As compras de alimentos e bebidas em supermercados, que aumentaram 1,4% em relação a dezembro e 3,4% na comparação com janeiro de 2012, tiveram o maior peso no aumento das vendas (30%), seguidas das compras de outros artigos de uso pessoal e doméstico, categoria que engloba artigos de lojas de departamento, brinquedos, material de óticas, produtos esportivos, jóias e bijuterias. Com um avanço de 4,7% em relação a dezembro, e de 13,9% frente a janeiro de 2012, o segmento representou 22,3% na alta do volume de vendas.

Para o economista do IBGE, o bom desempenho dos dois segmentos, principalmente o de outros artigos de uso pessoal, que não costuma ter essa expressão em janeiro, pode ser reflexo de alguma sobra do 13º salário dos trabalhadores, e da antecipação da compra de material escolar em lojas de departamentos. Reinaldo explicou ainda que, apesar da inflação, os preços não estão disparando, o que tem atraído os consumidores.

O expressivo aumento nas vendas de equipamentos e material para escritório e de informática, de 18,5% em relação a dezembro, para o pesquisador é uma recuperação do setor, que vinha de dois meses de taxas negativas de crescimento.

Reinaldo Pereira, economista do IBGE (Foto: Lilian Quaino/G1)Reinaldo Pereira, economista do IBGE
(Foto: Lilian Quaino/G1)

De dez atividades pesquisadas, sete tiveram resultados positivos em janeiro. Três mostraram recuo nas vendas frente a dezembro. O segmento de tecidos, vestuário, calçados (-0,4%), segundo o economista, constitui uma atividade sobre a qual não se tem muito domínio para explicar o comportamento, mas ele acredita que possa ter sido influenciada de forma negativa pelo alto custo das novas coleções e pela concorrência de produtos importados.

Móveis e eletrodomésticos, com recuo de 2,6%, vêm sofrendo a influência dos preços, com a volta do IPI. O setor também saiu de uma base de comparação forte em dezembro, quando marcou alta de 2,7%.

Os automóveis (-1,2%) também saíram de uma base de comparação alta (3,3% em dezembro).

“Além disso, janeiro não é tradicionalmente um mês de altas vendas de automóveis por conta das mudanças de modelos e das despesas do início do ano, como IPVA, IPTU, mensalidade e material escolar”, disse Pereira.

 

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