Manifestantes em frente ao Fórum de Guarulhos(Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Com faixas, imagens de Mércia e até fogos de artifício, um grupo de manifestantes comemorou a condenação de Mizael Bispo de Souza na tarde desta quinta-feira (14) na frente do Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo, pela morte de Mércia Nakashima em 2010.
Após a condenação, eles passaram a gritar "assassino" e jogaram um cone de sinalização de trânsito no veículo da família de Mércia, que foi confundido pelos manifestantes como o veículo onde estaria Mizael.
O condenado foi retirado em seguida em um carro de polícia, que foi alvo de um outro cone atirado pelos manifestantes. Mizael começará a pagar a pena de 20 anos em regime fechado. Ele já estava no presídio militar Romão Gomes, na capital, por ser policial reformado.
Márcio Nakashima, irmão de Mércia, disse que a família ficou revoltada com a pena de 20 anos aplicada contra Mizael Bispo de Souza. “Estamos muito decepcionados com a Justiça. Precisamos mudar o Código Penal, que é de 1940”, afirmou o irmão.
Segundo ele, a dosagem da pena foi muito branda e desproporcional à gravidade do crime e violência empregada. “A falta que a Mércia vai nos fazer é imensa. Não existe uma pena justa, mas nós esperávamos uma pena exemplar porque a impunidade promove a criminalidade”.
A família informou que vai recorrer para ampliar o tempo da pena. "Eu acredito também que o promotor não está satisfeito com a pena", disse.
Julgamento
O júri popular durou quatro dias e terminou por volta das 17h40. O juiz Leandro Cano afirmou, na sentença, que o réu demonstrou "insensibilidade" e conduta "desprezível e repugnante".
Mizael ouve sentença lida pelo juiz no Fórumde Guarulhos (Foto: Reprodução)
Mércia era ex-namorada de Mizael e foi encontrada morta em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, em junho de 2010. Ela havia desaparecido em 23 de maio, após sair da casas dos pais em Guarulhos.
O juiz falou, na sentença, sobre uma das qualificadoras do crime, motivo torpe ou fútil. Segundo o magistrado, não foi "amor", mas "delírio de posse" que levou ao crime. "Sentimento amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, é que faz sofrer."
