Economia

Lojas dos Estados Unidos vão vender robôs japoneses que reconhecem emoções

Pepper, que será vendido no Japão a partir de fevereiro por US$ 1.900, chega aos EUA em até 12 meses

TÓQUIO - O bilionário Masayoshi Son vai começar a vender seu robô humanoide chamado “Pepper” (Pimenta) nas lojas Sprint Corp., nos Estados Unidos em até 12 meses. A medida faz parte da estratégia do SoftBank de levar alta tecnologia para além do chão de fábrica.

O SoftBank também recebeu entre 300 e 400 indagações sobre o Pepper de empresas nos setores de finanças, alimentos e educação, disse na segunda-feira Fumihide Tomizawa, diretor-executivo do SoftBank Robotics. O robô de 1,2 metro de altura dança, conta piadas e estima emoções humanas a partir de expressões. Pepper vai ser vendido no Japão a partir de fevereiro por US$ 1.900. Seu preço nos Estados Unidos ainda não foi definido.

O robô humanoide Pepper Foto: Akio Kon / Bloomberg
O robô humanoide Pepper Foto: Akio Kon / Bloomberg

O SoftBank, que pagou US$ 22 bilhões pelo controle da Sprint no ano passado, está investindo em robótica, à medida que o Japão busca dobrar o valor da produção doméstica para US$ 22,9 bilhões até 2020. A empresa desenvolveu um sistema operacional que controla robôs do mesmo modo que o programa Android, da Google, controla smartphones, com a plataforma aberta à adaptações para uso em setores como, construção, saúde e entretenimento.

— Vamos vender o Pepper nos Estados Unidos dentro de um ano, após termos reunido informações no Japão — disse Tomizawa. — Não ficarei surpreso se as vendas do Pepper forem metade para empresas e metade para consumidores individuais.

PRODUTO LUCRATIVO

O SoftBank Robotics foi designado para atuar como uma subsidiária em julho, para dirigir os negócios da companhia e vender o Pepper, que é equipado com sensor a laser e bateria com duração de 12 horas. As ações do SoftBank subiram 1,3% nesta terça-feira em Tóquo. O valor das ações caiu 18% este ano.

O robô foi inicialmente projetado para famílias e idosos, antes de chamar a atenção por seu potencial de uso no universo empresarial. Tomizawa não quis comentar quais seriam os alvos de venda da companhia. O SoftBank espera gerar receita por meio de aplicativos e conteúdo original à medida que os clientes customizem seus robôs.


Adquirida pelo SoftBank, as lojas da Sprint nos Estados Unidos venderam o robô Pepper
Foto: TINA FINEBERG / NYT/11-10-2012
Adquirida pelo SoftBank, as lojas da Sprint nos Estados Unidos venderam o robô Pepper Foto: TINA FINEBERG / NYT/11-10-2012

A premissa básica é produzir lucro — disse Tomizawa. — Son está profundamente envolvido no projeto e nós o atualizamos com relatórios uma ou duas vezes por mês.

Son disse em 2010 que sua visão era criar uma sociedade que coexista com robôs inteligentes. O presidente do SoftBank tem dito que o Pepper é o resultado de seu tempo gasto vendo o programa de TV “Astro Boy”, uma série de animação dos anos 1960 baseada num personagem que não conseguia expressar emoções.

Em julho passado, Son disse esperar melhorar a produtividade laboral ao substituir 90 milhões de vagas de emprego com 30 milhões de robôs.

— Entraríamos no negócio de robôs para uso industrial a médio ou longo prazos — disse Tomizawa.

O desenvolvimento de robôs pelo SoftBank ocorre num momento em que o Google adquiriu empresas de robótica, inclusive a Schaft, fabricante de Tóquio de robôs humanoides de duas pernas. Outros fabricantes de robôs incluem Honda Motor, que criou o Asimo, que joga futebol, e a Panasonic Corp., que desenvolveu máquinas para o setor médico.