O Papa Bento XVI decidiu entregar "exclusivamente" a seu sucessor o relatório secreto elaborado por três cardeais sobre o vazamento de documentos confidenciais do pontífice, o escândalo conhecido como "Vatileaks".
"O Santo Padre decidiu que os resultados deste relatório, cujo conteúdo apenas Sua Santidade conhece, permaneçam exclusivamente à disposição do novo Pontífice", informa uma nota oficial do Vaticano.
Alguns veículos da mídia italiana pediram que o relatório fosse publicado antes do conclave que irá escolher o próximo papa.
Bento XVI recebeu na manhã desta segunda-feira (25) os três cardeais que fizeram o relatório, Julián Herranz, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi, em uma audiência privada no Vaticano.
Segundo o Vaticano, o Papa agradeceu os cardeais pelo trabalho e expressou satisfação com o resultado do relatório. Bento XVI também anunciou o fechamento da comissão cardinalícia criada para analisar o caso, segundo o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.
Conclave
Bento XVI aprovou as mudanças necessárias na legislação da Igreja Católica para permitir que os cardeais iniciem o Conclave que irá eleger seu sucessor antes do prazo originalmente estipulado, de 15 dias após o ínicio da Sé Vacante, período que começa com a morte ou renúncia de um pontífice.
Segundo a Santa Sé, o Papa aprovou um “Motu Proprio” (um documento papal) que introduz algumas modificações sobre o processo de desenvolvimento do próximo Conclave.
Com o decreto, foi concedida aos cardeais a possibilidade de antecipar o início do conclave caso todos estejam presentes no Vaticano. Permanece a possibilidade de adiar o início da votação por até 20 dias após o início da Sé Vacante, caso seja necessário para a chegada dos cardeais, segundo o jornal italiano “La Stampa”.