Economia

Petrobras vai investir R$ 97,7 bilhões em 2013

Produção, no entanto, vai continuar em queda no segundo trimestre

RIO - Em apresentação dos resultados do primeiro trimestre do ano aos investidores, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, informou que ao longo deste ano a empresa vai investir US$ 48 bilhões, cerca de R$ 97,7 bilhões. Barbassa e demais diretores voltaram a destacar que a partir do segundo semestre do ano a produção de petróleo voltará a crescer de forma sustentável. No entanto, o diretor de Exploração e Produção, José Formigli, de Exploração e produção, destacou que neste segundo trimestre a produção continuará a cair por conta de uma série de paradas programadas.

Formigli afirmou nesta segunda-feira que a produção de petróleo entre abril e junho continuará em queda devido a uma série de paradas programadas em várias plataformas. No primeiro trimestre do ano a produção ficou em 1,91 milhão de barris por dia, uma redução de 4% em relação a igual trimestre do ano anterior.

Formigli, que junto com os demais diretores da companhia, está apresentando à investidores os resultados do primeiro trimestre, destacou que a queda na produção se deveu a uma série de paradas programadas nas plataformas, mas está dentro da previsão da companhia para este ano.

Segundo Formigli, graças ao programa de recuperação da eficiência de várias plataformas na Bacia de Campos, houve um ganho adicional de 14 mil barris por dia. Para o ano o ganho adicional previsto é de 62 mil barris pior dia.

— No segundo trimestre vamos ter várias paradas programadas, Mas continuamos com nossas projeções de produção para este anol — destacou Formigli.

Refinarias do Nordeste devem entrar em operação em 2017

Apesar de ainda estarem em avaliação de viabilidade econômica, as duas refinarias a serem construídas no Nordeste, as premium I e Premium II, no Maranhão e no Ceará, respectivamente, devem entrar em operação em 2017. O diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, disse que a previsão é de que a Premium I, com capacidade de processar 600 mil barris diários, coloque em operação a primeira unidade de refino em outubro de 2017. A segunda refinaria (trem) da Premium I deverá entrar em operação em outubro de 2020. Já a Refinaria Premium II, com capacidade para processar 300 mil barris diários, está prevista para iniciar atividades em dezembro de 2017.

— Até a metade deste ano tereremos uma avaliação econômica das duas refinarias (Premium I e Premium II) . Estamos muito otimistas com o projeto que estamos otimizando — explicou Cosenza

Segundo ele, as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, já estão 73% concluídas, enquanto as do Comperj, em Itaboraí, no Estado do Rio, está com 51% de suas obras finalizadas.

Cosenza afirmou que a companhia está sem contato algum com representantes da estatal venezuelana PDVSA para discutir uma possível parceria da companhia no projeto da refinaria Abreu e lima, em costrução em Pernambuco.

Segundo Cosenza, no dia 28 de fevereiro expirou o último aditivo que a companhia tinha com a PDVSA para decidir se entraria ou não em parceria na refinaria. Desde 2005 a Petrobras vinha negociando a participação da estatal venezuelana com 40% no projeto da refinaria.

Até agora os venezuelanos não conseguiram concluir as negociações. As últimas pendências eram relativas às garantias financeiras que a PDVSA apresentou ao BNDES, que não foram aceitas.

Cosenza acredita que o silência da PDVSA se deve ao momento político por que passa o país com a morte de Hugo Chávez.

Petrobras espera autossuficiência na produção de derivados entre 2018 e 2020

O diretor de Abastecimento disse que o Brasil se tornará autossuficiente na produção de derivados entre 2018 e 2020. Para isso, a Petrobras considera um crescimento médio no consumo de gasolina e óleo diesel de 4,2% ao ano nos próximos anos, já incluindo a entrada em operação das quatro refinarias.

O Brasil nunca foi autossuficente na produção de derivados. Em 2006, chegou a atingir a autossuficiência do volume total de petróleo produzido em relação ao volume total de derivados consumidos. Mas, em função do crescimento da demanda principalmente de gasolina e diesel nos últimos anos, a Petrobras perdeu essa autossuficiência no ano passado.