A demanda do consumidor brasileiro por crédito caiu 3,1% em 2012, na comparação com o ano anterior, segundo pesquisa da Serasa Experian, divulgada nesta sexta-feira (11). Esse foi o pior resultado anual de toda a série histórica do indicador, iniciada em 2007, superando a queda de 1,2% verificada em 2009, "o único ano em que havia sido registrada queda na demanda do consumidor por crédito até então". Nessa época, lembra o estudo, a economia brasileira havia passado por um período recessivo por conta dos reflexos da crise financeira internacional, em 2008.
No 1º trimestre de 2012, a variação foi negativa, de 6,8%, no 2º trimestre, de 7,9%, no 3º trimestre, de 3,1% e no 4º trimestre, alta de 6%. "Todavia, o crescimento positivo observado no último trimestre do ano foi insuficiente para neutralizar o recuo acumulado durante os primeiros nove meses de 2012, recuo este determinado pela escalada da inadimplência e pelos elevados graus de endividamento e de comprometimento da renda do consumidor", segundo informam os economistas da Serasa.
Na análise por região, a Norte apresentou a maior expansão, de 4,8% em relação a 2011, e a Sul registrou a maior queda, de 5,6%.
Quem ganha menos pediu mais
Apenas os consumidores que ganham até R$ 500 por mês buscaram mais crédito do que em 2011. A alta foi de 4,9%. "Vale lembrar que esses consumidores foram mais diretamente influenciados pelo aumento do salário mínimo, que cresceu 14% no ano passado, e pelos programas oficiais de transferência de renda."
Todas as demais faixas de renda apresentam quedas na demanda por crédito em 2012. A queda foi de 5,4% para quem ganha entre R$ 2.000 e R$ 5.000 mensais; de 5,6% para rendimentos mensais entre R$ 5.000 e R$ 10.000 e de 5,2% para consumidores que ganham mais de R$ 10.000 por mês.
Por outro lado, os consumidores que ganham entre R$ 500 e R$ 1.000 reduziram as suas demandas por crédito em 3,4% no ano passado e para aqueles que recebem entre R$ 1.000 e R$ 2.000 mensais, a queda foi de 4,1%.
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