26/03/2013 17h09 - Atualizado em 26/03/2013 17h10

Dólar fecha em leve alta, com cautela de investidor sobre resgate no Chipre

Possibilidade de resgate no Chipre ser usado como modelo preocupa.
Moeda norte-americana subiu 0,23%, a R$ 2,0166 para a venda.

Do G1, em São Paulo

O dólar comercial fechou em leve alta sobre o real nesta terça-feira (26), com investidores ainda cautelosos com a possibilidade de o resgate aplicado no Chipre ser usado como modelo em outras situações, além de os investidores continuarem de olho no Banco Central brasileiro.

A moeda norte-americana subiu 0,23%, a R$ 2,0166 para a venda. Veja a cotação

A possibilidade de intervenção do Banco Central no câmbio também impedia que a moeda norte-americana subisse muito acima de R$ 2.

"O câmbio está parado aí, com todo mundo esperando o BC e nada", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira. Ele acrescentou que a decisão da autoridade monetária de não intervir no câmbio por enquanto é coerente com o momento de incerteza no exterior. "Não vejo nenhum desajuste na taxa de câmbio. O que eu  vejo é um cenário com alguns problemas que refletem no preço", disse à agência Reuters.

Os investidores estão assustados com a solução encontrada para a crise financeira do Chipre, que, para receber o resgate de € 10 bilhões da União Europeia, precisou fechar o segundo maior banco do país e impor fortes perdas a grandes correntistas - um modelo que poderia ser usado em outras situações de crise na zona do euro.

Analistas do mercado de câmbio brasileiro acreditam que o BC poderá atuar a qualquer momento pois desde a última quinta-feira o dólar é negociado acima de R$ 2 - patamar visto até então como teto de uma banda informal, cujo piso seria R$ 1,95.

No entanto, diante da piora do cenário internacional e de oscilações modestas no câmbio, o BC ainda não deu sinais de que irá intervir.

Na Europa, investidores ainda digerem o acordo de resgate ao Chipre e os comentários do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. Ontem, ele deu a entender que os termos utilizados para o socorro aos bancos cipriotas poderia servir de modelo para futuros resgates em outros países da zona do euro. As declarações foram mal recebidas pelos investidores, o que levou Dijsselbloem a recuar e dizer que cada país é um caso.

"Nada mudou de ontem para hoje. É apenas uma correção", comentou um operador. O estrategista da Futura Corretora, Luis Gustavo Pereira, observou que o mercado estava muito sobrevendido e, portanto, é natural que chame compras em alguns ativos. "É normal o mercado dar essa puxada para cima hoje, para operar um pouco mais leve", disse ao Valor Online.

Brasil e China
Nesta terça-feira, Brasil e China, por meio de seus bancos centrais, assinaram um acordo de troca de divisas (swap) de moeda local no montante de R$ 60 bilhões (190 bilhões de yuans ou cerca de US$ 30 bilhões), válido por três anos e com possibilidade de renovação. O objetivo é proteger as operações comerciais e investimentos entre os dois países das oscilações do dólar.

Também nesta terça, a presidente Dilma Rousseff participa da 5ª Cúpula do Brics, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro acontece em Durban, na África do Sul.

Um dos temas na pauta desta edição da cúpula dos Brics será a criação de novo banco de desenvolvimento voltado para financiamento de projetos entre os cinco países. O tema já havia sido discutido na conferência de 2012, na Índia, quando se decidiu formar um grupo de trabalho para tratar do assunto.

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