Economia

Dados da China mostram que recuperação ganha força

Economistas esperam que PIB chinês atinja o ritmo de 8,3% no primeiro semestre de 2013

PEQUIM — A economia da China avançou ainda mais na estrada da recuperação ante o crescimento mais lento em três anos, mostraram nesta sexta-feira dados para outubro, ao passo que o investimento em infraestrutura acelerou e a produção das fábricas do país cresceram no ritmo mais rápido em cinco meses.

A melhora em importantes indicadores de atividade no mês passado, após sinais de recuperação nos dados de setembro, cimentaram a visão de muitas analistas e investidores de que a recuperação da China está agora ganhando força graças a uma série de políticas pró-crescimento tomadas pelo governo nos últimos meses.

— Está muito claro que não há risco de pouso forçado, que a economia irá melhorar no quarto trimestre e que nós veremos um crescimento de 9% na base anual no primeiro semestre do ano — afirmou o economista-chefe e estrategista para Ásia com exceção do Japão do Credit Agricole CIB, Dariusz Kowalczyk.

Esse são sinais fortes de crescimento após sete trimestres consecutivos de desaceleração da atividade puxarem a taxa de expansão econômica para 7,4% no terceiro trimestre — a mais lenta desde o começo de 2009 — deixando a segunda maior economia do mundo a caminho de marcar seu ano mais fraco desde 1999.

A pesquisa feita após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre previu crescimento de 7,8% no primeiro semestre de 2013, mas Kowalczyk não está sozinho em posicionar-se acima do consenso — e por estar mais convencido de que os números de outubro são um ponto de virada.

— A questão-chave para os investidores é se o crescimento econômico da China realmente chegou ao ponto mais baixo — afirmou o economista-chefe para a China do Bank of America/Merrill Lynch em Hong Kong, Ting Lu, em nota aos clientes.

— Baseados nos dados de outubro, especialmente a leitura de crescimento de 9,6% da produção industrial, a resposta é com certeza ‘sim’ — , disse Lu, que espera que o crescimento do PIB chinês atinja o ritmo de 8,3% no primeiro semestre de 2013, aumentando em relação à taxa de 7,8% do quarto trimestre.

Os ativos de risco foram, de certa forma, menos enfáticos em sua resposta aos números que mostraram surpresas positivas na produção industrial, investimento em ativos fixos — que tiveram alta de 20,7% nos primeiros dez meses do ano — e vendas no varejo, que cresceram 14,5% em outubro ante o ano anterior.