08/04/2013 18h38 - Atualizado em 08/04/2013 18h51

Eletrobrás faz plano de desligamento e espera economizar 30% na folha

Presidente da companhia prevê que plano tenha a adesão de 4 mil a 5 mil.
Plano de negócios da empresa tem investimentos de R$ 52 bi até 2017.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

A Eletrobrás espera reduzir em 30% sua folha de pagamentos em três anos com o Programa de Incentivo ao Desligamento (PID) que deve ser concluído ainda este mês, disse nesta segunda-feira (8) o presidente da companhia, José da Costa Carvalho Neto.

O plano tem como público elegível cerca de 9 mil funcionários com longo tempo de casa e salários 50% acima da média, mas Costa acredita que entre 4 mil a 5 mil funcionários deverão aderir.

"A redução de custos da companhia será maior ainda com a economia em outras rubricas como serviços, material, publicidade e promoções", disse Costa.

O plano de negócios da Eletrobrás para o período de 2013 a 2017 prevê investimentos de R$ 52 bilhões, com R$ 32 bilhões já contratados com obras em curso, segundo Costa. Desses RS 12 bilhões são para a usina Angra 3.

O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, fala à imprensa nesta segunda-feira (8) (Foto: Lilian Quaino/G1)O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho
Neto, fala à imprensa nesta segunda-feira (8)
(Foto: Lilian Quaino/G1)

Costa disse ainda que espera captar R$ 4,9 bilhões ainda neste semestre junto a bancos estatais como BNDES e Caixa usando garantias da União. 

Segundo disse, esses aportes estão previstos no plano de negócios, de modo a que a companhia mantenha sua participação no mercado que é de 35% na geração de energia e 56% na transmissão. Na distribuição de energia, a Eletrobrás tem participação de 5% dos consumidores e 30% na área.

O presidente da Eletrobrás disse que ainda que o plano prevê as empresas do sistema darem lucro. Mas, em diferentes cenários, ele não descarta sugerir ao governo a venda de parte das distribuidoras.

"O compromisso é em 2015 estar dando lucro. Se tudo ficar como está, em 2014 as empresas estão quase equilibradas. Como não estão definidos os critérios da renovação, temos até junho para apresentar alternativas ao Ministério de Minas e Energia", disse.

Reestruturação
Em março, Carvalho Neto afirmara que o plano de reestruturação da empresa iria prever medidas para redução de 30% em seus custos nos próximos três anos. De acordo com ele, o documento também vai apontar ações para elevar a receita em outros 30%.

A reestruturação da Eletrobrás é conseqüência do plano de barateamento da conta de luz, entre 18% e 32%, promovido pelo governo federal e que começou a valer no fim de janeiro.

Para reduzir o custo da energia, uma das medidas do governo foi renovar as concessões de usinas geradoras e de transmissoras, muitas delas administradas pela Eletrobrás. Mas para conquistar a renovação, elas tiveram que concordar com um corte de até 70% na remuneração que recebem pelo serviço.

A Eletrobrás, que é controlada pelo governo federal, aderiu ao plano. E essa decisão vai levar a uma redução de cerca de R$ 8 bilhões por ano em suas receitas – quase um terço. Por conta disso, a empresa precisa agora cortar custos.

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