Edição do dia 10/11/2012

10/11/2012 14h36 - Atualizado em 10/11/2012 16h49

Mordomos britânicos voltam à moda em outras partes do mundo

95% da demanda vêm da China, do Oriente Médio e da Rússia.
Curso atrai quem quer trabalhar em hotéis de luxo, residências e até navios.

Cecília MalanLondres, Reino Unido

Uma profissão que exige lealdade, perfeccionismo e, acima de tudo, discrição: o emprego de mordomo pode parecer coisa de tempos passados. A profissão, porém, ganhou nova vida na Grã-Bretanha com o sucesso de uma novela de época que retrata os hábitos e costumes de uma família aristocrata e seus empregados.

O mordomo inglês virou produto de exportação, e 95% da demanda vem da China, do Oriente Médio e da Rússia, explica a diretora de uma escola que treina futuros mordomos e governantas. “Os britânicos não têm mais dinheiro para esse tipo de serviço”, diz Sara. O curso atrai gente que quer trabalhar em hotéis de luxo, residências privadas e até navios.

Para muitos profissionais de hotelaria e turismo, o emprego dos sonhos, no entanto, é no Palácio de Buckingham. A residência oficial da rainha, quem diria, anuncia na internet as vagas disponíveis. Uma olhada rápida no site revela que, neste momento, a monarquia está atrás de um especialista em relógios antigos.

Ano passado, Matthew decidiu se candidatar ao cargo de mordomo. O salário inicial de 11 mil libras por ano pode chegar a 100 mil para os mais experientes, entre 35 e 300 mil reais por ano. Matthew preencheu o formulário online e foi chamado para uma entrevista dentro do palácio.

“Na minha prova individual, tive dez minutos para preparar umas peças de roupa masculina no quarto de vestir”, ele conta. A resposta veio por correio, em uma carta com o selo da família real, dizendo que ele não tinha sido aprovado, mas para tentar de novo no futuro.

Quem ficou com a vaga mora agora nas dependências do palácio, e já pode dizer no currículo que tem como chefe a rainha Elizabeth II.