O dólar comercial fechou em leve baixa sobre o real nesta segunda-feira (18), em dia marcado por volumes reduzidos devido ao feriado nos Estados Unidos.
A baixa variação reflete, ainda, vigilância das autoridades brasileiras sobre o câmbio.
O dólar fechou em baixa de 0,12%, para 1,963 na venda, depois de ter encerrado a sexta-feira em alta de 0,35%, a R$ 1,9653.
Analistas acreditam que a tendência da moeda norte-americana continua sendo de queda, e que o mercado voltará a testar o patamar de R$ 1,95 em breve, diante da perspectiva de uma maior entrada de divisas no país.
"O mercado está com um volume um pouco menor, mais na dependência de fluxo", afirmou o especialista em câmbio da Icap Corretora Italo dos Santos.
Os holofotes do mercado estão, entretanto, sobre o Banco Central e o direcionamento da política cambial, ainda avaliando declarações de autoridades brasileiras que sugeriram que o governo aceitaria um real mais apreciado para conter pressões inflacionárias.
"O mercado ainda está tentando descobrir que patamar o governo quer e vai continuar especulando em direção a um dólar mais fraco", afirmou o operador de câmbio da Renascença Corretora José Carlos Amado.
Mas não é somente especulação que pode puxar o dólar para baixo, segundo analistas. Dados recentes do fluxo cambial já mostram uma tendência de entradas maiores de divisas no país, após fortes saídas no final do ano passado.
Dados divulgados na última quarta-feira ainda mostraram saída líquida de divisas do país em fevereiro até o dia 8, puxada pela conta comercial. Mas a conta financeira, - por onde passam os investimentos estrangeiros diretos e em portfólio - teve saldo positivo no período.
Diante desse cenário, analistas acreditam que o mercado voltará a testar o suposto piso de R$ 1,95 já nas próximas sessões, o que pode fazer o BC voltar a intervir como fez nas últimas duas sextas-feiras: vendendo contratos de swap cambial reverso, equivalentes a compras de dólares no mercado futuro.
"Com pouca volatilidade, o mercado deve devagarzinho buscar o R$ 1,95 como um ímã. São números que o mercado entende", disse Santos. "Mas nós entendemos também que o racional do BC muda, os números mudam, então não é para pensar que o R$ 1,95 real veio para ficar", emendou.
Na semana passada, uma fonte da equipe econômica disse à Reuters que R$ 1,95 real não é um piso e que a maior preocupação do BC é evitar uma volatilidade excessiva.
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