09/01/2013 11h44 - Atualizado em 09/01/2013 11h44

Soja deve voltar a liderar a produção de grãos em 2013, diz IBGE

Pela primeira vez desde 2001, o milho encabeçou a safra em 2012.
Preço alto da soja animou agricultores e produção deve aumentar 25,3%.

Lilian QuainoDo G1, no Rio

Soja no Porto de Paranaguá (Foto: Divulgação/Appa)Soja no Porto de Paranaguá
(Foto: Divulgação/Appa)

A soja, que em 2012, por causa da estiagem, principalmente no Rio Grande do Sul, perdeu lugar para o milho pela primeira vez desde 2001, voltará a puxar a safra de grãos do país em 2013, com a previsão de aumento de 25,3% na produção.

É o que informa o terceiro prognóstico da produção nacional agrícola para este ano, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (9).  A produção de soja de 2012, que ficou em 65 milhões de toneladas, deverá chegar em 2013 a 82 milhões.

O IBGE informou ainda que o Brasil registrou uma safra recorde de162,1 milhões de toneladas em 2012, 1,2% superior à registrada em 2011.

Safra de 2013 também deve bater recorde
A previsão de safra de grãos para 2013 é de 178 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 9,9% em relação à safra colhida em 2012 e deverá bater novo recorde, segundo o IBGE. O aumento deverá ocorrer por conta da recuperação da produção das regiões Sul e Nordeste, que sofreram com problemas climáticos, como estiagem no início do ano e geada no inverno, explicou Mauro André Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

A situação do clima fez com que, pela primeira vez desde 2005, o Centro-Oeste produzisse mais do que o Sul do país: da safra total de grãos, 43,7% vieram do Centro-Oeste, enquanto o Sul produziu 34,2%.

Enquanto em 2012 a safra de grãos teve 44,1% de milho, 40,5% de soja e 7% de arroz (os três somam 91,6% da produção total de grãos), a expectativa do IBGE é que em 2013 a participação da soja na safra de grãos seja de 46,3%, a do milho, 39,2%, e a de arroz, 6,7% (92,2% da produção).

Segundo Andreazzi, o aumento previsto na produção de soja está baseado nos preços convidativos, que chegaram a R$ 80 a saca de 60 quilos em setembro de 2012. Neste início de 2013, a saca chegou a R$ 62.

“São preços excelentes. Acima de R$ 35, o agricultor planta. A área plantada tem previsão de aumentar 9% em relação a 2012”, explicou ele, acrescentando que as perspectivas do clima também são boas. Com isso, o Rio Grande do Sul, estado mais afetado pela estiagem, deve aumentar sua produção de soja em 93,5% em 2013 em relação ao ano anterior.

Menos algodão e café
Para 2013, é esperada a redução da safra de algodão (-23,1%) em relação ao ano anterior como reflexo da crise internacional, que desestimulou as exportações, reduzindo o preço. Também o café deverá ter colheita reduzida em 5,8% em função do comportamento do café arábica, que alterna anos de baixas e altas produções – 2013 é um ano de baixa, explica o gerente do IBGE.

Apesar de perder área plantada em 2013, a cana-de-açúcar tem mostrado boa produtividade e deverá crescer em produção 5,6% em relação a 2012.

“Está havendo um descolamento da cana. São Paulo preferiu aumentar sua área de grãos. As terras do Sudeste são caras para o produtor ter somente cana”, disse Andreazzi.

O milho também perde área plantada para a soja, mas tem previsão de aumentar a colheita em 7,2%, comparado a 2012.  Por outro lado, o feijão ganha mais área plantada, uma vez que tecnologias e insumos têm garantido um bom rendimento, e a expectativa é de uma produção 29,9% maior que a de 2012, informou o gerente do IBGE.

A safra de arroz também deve aumentar 4,6%, mostrando estabilidade de produção nas áreas irrigadas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mas a produção calculada em 11,9 milhões de toneladas não cobre o consumo interno calculado em 12,1 milhões de toneladas, segundo o gerente do IBGE, citando dados da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

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