Economia

Senado dos EUA rejeita pedido de Obama sobre fundos para FMI

Decisão é revés para reformas que buscam aumentar poder de voto de emergentes

WASHINGTON - Parlamentares dos Estados Unidos rejeitaram, na segunda-feira, um pedido do governo Obama para aprovar um aumento permanente no financiamento dos EUA ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em um revés às reformas do FMI que buscam aumentar o poder de voto das economias emergentes.

As reformas precisam de aprovação do Congresso, porque envolvem mudanças e a transformação em permanente de uma contribuição dos EUA de US$ 65 bilhões ao fundo de crise do FMI. Os EUA são necessários para finalizar um acordo histórico fechado por países membros do FMI em 2010, que tornaria a China o terceiro maior membro votante do FMI.

O acordo também aumentaria o poder de voto de outras economias emergentes como Brasil e Índia, que há tempos argumentam que sua crescente influência na economia mundial deveria ser refletida em instituições como o FMI. Depois de adiar o pedido no ano passado devido à eleição presidencial nos EUA, o Tesouro norte-americano buscou incluir a provisão em uma legislação pendente no Congresso que busca evitar um fechamento do governo dos EUA no final de março.

A Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, rejeitou o pedido de financiamento ao FMI na semana passada, mas o governo esperava que o Senado, liderado pelos democratas, o incluísse em sua versão do projeto de lei de financiamento.

Após dias de negociações, os autores do projeto no Comitê de Apropriações do Senado rejeitaram o pedido ao considerá-lo politicamente sensível demais no tenso ambiente orçamentário em Washington, onde os cortes de gastos do governo que entraram em vigor em 1 de março começam a ser sentidos.

O governo Obama terá outra chance de conseguir a aprovação para um maior poder de voto no FMI quando o Congresso começar a trabalhar em uma nova série de projetos de lei sobre gastos para o ano fiscal de 2014, que começa em 1o de outubro.