Edição do dia 07/01/2013

07/01/2013 20h48 - Atualizado em 07/01/2013 20h48

Falta de médicos em cinco hospitais causa caos no setor de saúde no DF

No único hospital público da Ceilândia, uma cidade com mais de 600 mil habitantes, o setor de emergência parou.

A falta de médicos em cinco hospitais do Distrito Federal fez muita gente voltar para casa sem atendimento nesse domingo (6). No único hospital público da Ceilândia, uma cidade com mais de 600 mil habitantes, o setor de emergência parou.

O hospital de Ceilândia fica a 30 quilômetros de Brasília. O rapaz que teve uma convulsão nem saiu do carro, porque o serviço de emergência estava suspenso.

A dona de casa Ana Paula Martins Oliveira levou o filho com febre alta e se desesperou, mas o pediatra também faltou. “Quase quarenta. Agora vou para casa dar um banho e pedir a Deus para ele ficar bom”, disse ela.

A falta de médicos revoltou quem precisou de socorro. “Isso é injustiça, não pode acontecer. A criança morre no meu braço, e aí?”, questionou Carolina Sampaio, apoio administrativo.

“A enfermeira aparece e diz que a gente está perdendo tempo. Se a gente tivesse condição de ir a um hospital particular, a gente não estava aqui”, acrescentou a dona de casa Ana Célia Oliveira.

O caos no atendimento também aconteceu em outros quatro hospitais da rede pública do Distrito Federal no domingo, a ponto de as próprias unidades de saúde admitirem em documentos encaminhados ao órgão que centraliza os pedidos de atendimento de emergência que não tinham condição de receber mais pacientes.

O diretor da unidade de pronto atendimento do Recanto das Emas alertou para a ausência de médico de plantão. O hospital de Brazlândia informou a superlotação na clínica médica. O de Ceilândia assumiu que não tinha como dar atendimento e pediu que os bombeiros e que o Samu não encaminhassem pacientes.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal disse que vai investigar o que aconteceu no domingo, e se negou a revelar os nomes completos dos médicos que faltaram ao plantão.

“Falar de nomes que eventualmente não possam ser responsabilizados, nós não temos o direito de divulgar os nomes antes de fazer a sindicância”, explicou Elias Fernando Miziara, secretário-adjunto de Saúde do DF.

Sem médico e sem explicação, ficou o sentimento de desamparo. “Primeiro tem que morrer para atender a gente?”, desabafou a secretária Maria Messias Araújo.