03/03/2011 11h57 - Atualizado em 03/03/2011 14h07

Dado preliminar indica que Brasil ultrapassou França e Reino Unido

Com isso, economia brasileira seria a sétima maior do mundo, diz Mantega.
Para ministro da Fazenda, economia brasileira não está superaquecida.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília

Dados preliminares da equipe econômica indicam que o Brasil ultrapassou a França e o Reino Unido com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% em 2010, informou nesta quinta-feira (3) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Com isso, a economia brasileira teria sido alçada à posição de sétima maior do mundo, afirmou ele.

Segundo o ministro, considerando o PIB a preços de Paridade de Poder de Compra (PPP), em uma conta ainda não oficial, a economia teria chegado ao patamar de US$ 2,18 trilhões, ou R$ 3,6 trilhões. "Se nós, de fato, alcançamos US$ 2,1 trilhões, teremos superado a França e o Reino Unido no PIB, chegando ao sétimo lugar", disse ele.

Mantega lembrou que o cálculo do PIB a preços de Paridade de Poder de Compra é realizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial (Bird). "É um dado preliminar, que tem de ser confirmado", declarou ele.

"Entre os países do G20, o Brasil é o quinto país que mais cresceu no ano passado, atrás da China, da Índia, da Argentina e da Turquia. Das grandes economias, o Brasil é o terceiro maior crescimento", declarou Mantega a jornalistas.

Variação do PIB de países em 2010 (Foto: Editoria de arte/G1)

Sem superaquecimento

A maior parte dos países não sustenta um crescimento chinês, que é atipico, mas o Brasil sustenta um crescimento acima de 5%"
Guido Mantega

O ministro da Fazenda destacou o crescimento de 21,8% na taxa de investimentos da economia brasileira no ano passado, e acrescentou que, em sua visão, a economia brasileira não está "superaquecida".

"Já teve desaquecimento ao longo do ano [passado]. A economia está girando em torno de 4,5% a 5%.[neste ano]. É o que estamos projetando para o PIB de 2011", disse ele. A previsão de Mantega é de que os investimentos avancem 12% neste ano.

Segundo ele, há muito tempo que a população brasileira não tinha "satisfação" de perceber um PIB "tão grande, com todos os benefícios que isso traz". "Isso mostra a capacidade produtiva da economia brasileira, o potencial que tem a economia, que vem sendo realizado nos últimos anos. Mostramos a nossa capacidade de crescer cada vez mais", afirmou.

Ele repetiu que a economia brasileira não sustenta uma taxa de expansão em torno de 7,5%, conforme o resultado do ano passado. "A maior parte dos países não sustenta um crescimento chinês, que é atipico, mas o Brasil sustenta um crescimento acima de 5%", declarou Mantega.

Medidas para desaquecer a economia

Desde o fim do ano passado, o governo vem tomando uma série de medidas para desaquecer a economia e evitar o crescimento da inflação.

Evolução do PIB nos trimestres (Foto: Editoria de arte/G1)Evolução do PIB nos trimestres (Foto: Editoria de arte/G1)

 Em dezembro de 2010, anunciou aumento dos compulsórios, decisão que retirou R$ 61 bilhões da economia brasileira, além de ter aumentado a exigência de capital para empréstimos mais longos dos bancos para pessoas físicas.

Segundo pesquisa do BC com os economistas do mercado financeiro, a decisão de subir o compulsório equivaleu a um aumento dos juros da ordem de 0,75 ponto percentual.

No começo deste ano, a equipe econômica anunciou um corte de R$ 50 bilhões no orçamento federal de 2011.

O objetivo também é conter o crescimento da inflação e permitir uma política mais suave para a taxa básica de juros. Os cortes no orçamento foram detalhados nesta semana.

Apesar do anúncio de que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não sofreria limitações, o Minha Casa Minha Vida, programa habitacional do governo para a população de baixa renda, com juros subsidiados, que está dentro do PAC, sofreu um corte de R$ 5 bilhões.

Também neste ano, o Banco Central já elevou duas vezes a taxa básica de juros. No fim do ano passado, os juros estavam em 10,75% ao ano. Em janeiro, a autoridade monetária elevou a taxa Selic para 11,25% ao ano e, nesta quarta-feira (2), a instituição anunciou um novo aumento de 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano.

Inflação
Mesmo com a adoção destas medidas, a inflação tem mostrado persistência. O IPCA de janeiro avançou 0,83%, a maior variação mensal abril de 2005. Ao mesmo tempo, dados preliminares de fevereiro indicam que a pressão inflacionária não diminuiu. O IPCA-15 de fevereiro (de 15 de janeiro a 15 de fevereiro) subiu 0,97%, mais do que o valor registrado em fevereiro de 2010 (+0,94%).

As previsões do mercado financeiro para o IPCA deste ano também não param de subir. Na última semana, os economistas do mercado elevaram a sua estimativa de inflação para todo ano de 2011 para 5,8%. Foi a décima segunda semana consecutiva de aumento na previsão. Para tentar conter as pressões inflacionárias, o BC atua sobre a demanda da economia, ou seja, esfriando o ritmo de consumo.

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