23/03/2011 10h29 - Atualizado em 23/03/2011 14h54

Especialista explica os tipos de
cirurgia bariátrica oferecidos pelo SUS

Cirurgião do aparelho digestivo Arthur Garrido esteve no Bem Estar desta 4ª.
Ao lado dele, o endocrinologista Alfredo Halpern falou do 'hormônio da fome'.

Do G1, em São Paulo

A série sobre obesidade e cirurgia de redução de estômago do Bem Estar, que foi ao ar pela primeira vez na semana passada, mostrou nesta quarta-feira (23) a segunda etapa da história do advogado Alexandre Berthe: a aprovação do procedimento bariátrico pelo convênio médico.

Para falar sobre excesso de peso e operações como essa, estiveram no estúdio o cirurgião do aparelho digestivo Arthur Garrido, especialista em obesidade, e o endocrinologista Alfredo Halpern, que também é consultor do programa.

Bariátrica (Foto: Arte/G1)

Foram meses de ansiedade para saber se Alexandre poderia ou não fazer a cirurgia que pode transformá-lo em uma pessoa mais magra e saudável. Ele sabe que a qualidade de vida de quem passa por esse processo melhora na grande maioria dos casos – por isso, não sente medo.

Os dias de comer por um time de futebol e usar calçadeira para pôr os sapatos – e ainda assim sentir suador e falta de ar - estão contados. Pela internet, o advogado desabafou e também filosofou: “Agora enfrentarei os desafios de ser magro e, com o passar dos anos, terei experiência suficiente para decidir o que quero ser”.

No entanto, o maior sacrifício, segundo Alexandre, será sair da sala de operação com a mente de gordo em um corpo prestes a emagrecer. E a alimentação mudará radicalmente: inicialmente, o refrigerante e os pães, adorados por ele, vão dar lugar a 20 ml de água a cada 15 minutos – o que equivale a cerca de 3 horas para ingerir o conteúdo de um copo.

Durante o programa, Garrido explicou os principais tipos de cirurgia de redução de estômago feitos no Brasil, que provocam uma longa fila de espera no Sistema Único de Saúde (SUS). Já Halpern falou sobre como age a grelina, o "hormônio da fome", e disse que em 10% dos casos os pacientes operados voltam a ganhar todo o peso novamente.

Nas ruas, a repórter Marina Araújo conheceu a história do consultor de informática Sandro Davys, que perdeu 40 quilos após a cirurgia de redução de estômago - hoje está com 124.  Ele contou que aprendeu a mastigar e a comer mais devagar, além de não consumir frituras e adquirir uma maior consciência sobre o próprio corpo.

SUS

Os 18 estados que atualmente têm habilitação para fazer a cirurgia bariátrica pelo SUS são: Pará, Tocantins, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grossoe Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.

O número de operações de redução de estômago no SUS mais que dobrou (150%) entre 2003 e 2010, passando de 1.778 para 4.437. As secretarias estaduais da Saúde são responsáveis por monitorar a lista dos pacientes que, por indicação médica, farão o procedimento.

Em 2009, o investimento nesse tipo de cirurgia chegou a R$ 20 milhões, um aumento de quase 30% em relação a 2007. Atualmente, 73 unidades de saúde no país estão habilitadas a realizar a operação pelo SUS. Dois anos antes dela, porém, o paciente deve passar por uma avaliação clínica e cirúrgica e um acompanhamento com equipe multidisciplinar. Nesse período, ele é submetido a uma dieta e, se os resultados não forem positivos, o procedimento é recomendado.

A indicação é feita quando o índice de massa corporal (IMC, ou seja, a razão entre o peso e a altura ao quadrado) é maior de 40 em pessoas com mais de 18 anos. A redução de estômago também pode ser feita em pacientes que estiverem com IMC entre 35 e 40 e apresentarem diabetes, hipertensão, apneia do sono ou hérnia de disco, entre outras doenças.

Peso normal: IMC de18,5 a 24,9
Sobrepeso: de 25 a 29,9
Obesidade moderada: de 30 a 34,9
Obesidade grave: de 35 a 39,9
Obesidade mórbida: acima de 40

Curiosidades do estômago

O estômago é um órgão elástico, de 20 cm de comprimento e 10 cm de largura, cujos músculos são capazes de fazê-lo contrair ou relaxar. Nele cabe de 1 a 1,5 litro de comida, quantidade igual para todas as pessoas, sejam gordas ou magras.

Após uma cirurgia, o volume pode ser reduzido a 20 ou 30 ml, equivalente a metade de uma xícara de cafezinho. A digestão pode precisar de até 4 horas para o estômago esvaziar e, nesse período, é produzido cerca de1,5 litro de suco gástrico.

Dengue

Além de Garrido e Halpern, o infectologista Paulo Olzon esteve no Bem Estar desta quarta para falar sobre o aumento dos casos de dengue no Rio de Janeiro.

Em menos de três meses, o número de notificações da doença na capital já é maior que o total dos anos de 2010 e 2009 juntos.

Desde janeiro, já foram registradas 20.150 ocorrências no estado e 8.315 na cidade (contra 5.843 nos dois anos anteriores). Catorze pessoas morreram, 5 apenas na capital.

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