Edição do dia 23/04/2011

23/04/2011 14h23 - Atualizado em 23/04/2011 14h34

Conheça a fazenda urbana no meio da cidade de Manhattan

Desde que a fazenda foi inaugurada, 250 pessoas se ofereceram para trabalhar voluntariamente. Um dos objetivos da fazenda é ensinar aos moradores de Nova York o conceito de produção local.

Giuliana Morrone

Uma fazenda está ganhando espaço em Manhattan, num lugar onde só se via prédios e asfalto. Na coluna Crônicas de Nova York, a correspondente Giuliana Morrone mostra uma plantação que começou com estudantes e que agora tem a aprovação de toda a vizinhança.

Um cerca de bambus, no sul da ilha de Manhattan, faz a fronteira entre a cidade e a zona rural É uma fronteira delicada. Basta atravessar a cerca e você está na fazenda urbana de Nova York. Não é a primeira.

No século 17, quando Manhattan ainda se chamava Nova Amsterdam, os holandeses já ocupavam Battery Park para produzir grãos e vegetais. Agora, a ideia de criar uma fazenda partiu de estudantes do ensino médio.

A área tinha sido usada como apoio na construção de uma estação de metrô e estava apenas gramada, antes de virar fazenda.

Ela não é exatamente como as tradicionais zonas rurais. A terra treme todas as vezes que os vagões passam por baixo, levando passageiros do metrô. A luz do sol, dependendo do horário, chega refletida pelas placas de vidro do prédio espelhado. A terra escura é muito fértil, mas foi toda importada de Long Island, a 60 quilômetros do local. O mapa da fazenda tem a forma de uma pata que tem até nome: Zelda!

Os fazendeiros responsáveis pelo plantio dos grãos, a irrigação da terra, o cuidado com o solo são alunos de escolas da região, moradores do bairro e até o pessoal que trabalha no mercado financeiro.

Desde que a fazenda foi inaugurada, 250 pessoas se ofereceram para trabalhar voluntariamente. Os fazendeiros urbanos ainda se atrapalham com o plantio. É muita novidade para eles. Em troca, poderão levar para casa parte da produção.

Outro objetivo da fazenda é ensinar aos moradores de Nova York o conceito de produção local.

"A gente tem que aprender a comer morangos no verão, na época de morangos" ensina Warrie Price, responsável pela conservação do Battery Park.

A lógica é simples: quanto maior a distância entre os produtos e o consumidor, mais combustível será gasto no transporte, mais gás carbônico será lançado, aumentando o aquecimento global.

Produtos locais evitam ainda o desgaste exagerado do solo de outras terras, de outros países. Os pequenos fazendeiros terão a chance de educar o paladar e prender a comer vegetais frescos. As primeiras sementes plantadas já começaram a brotar e logo os fazendeiros poderão começar a colheita.