Edição do dia 20/04/2011

20/04/2011 12h02 - Atualizado em 20/04/2011 15h11

Exposição revela o pensamento de homens e mulheres em 78 países

"6 Bilhões de Outros" mostra o universo particular de 5.600 pessoas. Depois de passar pela Europa e Ásia, chega pela primeira vez à América.

Ana BritoSão Paulo

Você imagina o que pensa um morador da Índia sobre o sentido da vida? Quais os sonhos de quem vive na Bolívia? O que é o amor para um francês ou um brasileiro?

A aula sobre as culturas, os costumes e as opiniões dos moradores de 78 países está numa exposição que começa nesta quarta-feira no Museu de Arte de São Paulo.

O objetivo da exposição no Masp é desvendar o sentido da vida, os sonhos, as angústias de pessoas simples e anônimas.

A exposição que já passou pela Europa e Ásia chega pela primeira vez à América.
Reúne vídeos gravados durante cinco anos. Nas entrevistas, 40 perguntas foram feitas para todas as pessoas.

"6 Bilhões de Outros" expõe o universo particular de 5.600 pessoas de 78 países. Homens e mulheres de realidades bem distintas e ao mesmo tempo com tanto em comum.

“Os problemas acabam sendo os mesmos, apesar do mundo e as culturas serem tão diferentes”, diz Jessica Maura, estudante.

Nas tendas coloridas, o público pode acompanhar depoimentos sobre oito temas. Para um paquistanês, amar é abrir mão de coisas pelo bem do outro. Um francês diz que o amor cresce e muda com a chegada dos filhos. A boliviana diz que quando não há mágoa, uma reconciliação sempre é possível.

Entre os entrevistados encontramos uma brasileira que diz: “Amor de homem e mulher, eu prefiro expressar com uma comidinha, com um carinho, com uma massagem”

“A gente tem uma visão de diversos lugares de um mesmo sentimento. É uma coisa universal”, diz Larissa da Silva Diniz, estudante.

Qual será o sentido da vida? É uma boa pergunta. Cada ser humano tem o seu destino traçado na mão. Uma japonesa comemora a sorte de estar neste mundo.

O idealizador do projeto é o fotógrafo, cineasta e ativista francês Yann Arthus-Bertrand. Perguntado sobre qual o objetivo do trabalho, ele afirma: “Meu sonho é mudar o mundo, mas se não for possível, pelo menos que melhore um pouco”.

“Toda pessoa fotografada nesta exposição conta alguma coisa. Somando tudo isso você tem uma grande história da narrativa da humanidade independentemente de cor, lugar de origem, credo, profissão, ideologia. Essa que é a grande atração dessa exposição”, declara Teixeira Coelho, curador do Masp.