16/01/2011 10h35 - Atualizado em 16/01/2011 11h14

Principal abrigo de Teresópolis vai se tornar um centro de triagem

Segundo prefeitura, desabrigados serão levados para outros locais.
Vítimas serão transferidas entre domingo e segunda-feira.

Liana LeiteDo G1 RJ, em Teresópolis

Ginásio PedrãoGinásio Pedrão ainda cheio neste domingo (16) (Foto: Liana Leite/G1)

Famílias desabrigadas e desalojadas pelas chuvas, que estão no Ginásio Pedrão, em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, serão transferidas para igrejas, outros abrigos e casas de parentes neste domingo (16) e segunda-feira (17). A informação foi confirmada pela prefeitura de Teresópolis neste domingo.

De acordo com uma das responsáveis pela transferência, Soraya Bloss, o ginásio vai se tornar um centro de triagem. “A prefeitura tomou essa medida para organizar melhor o espaço”, explicou Gloss.

Voluntários estão circulando pelo ginásio e explicando às vítimas que elas serão transferidas. “Estamos tranquilizando as pessoas. Não queremos que elas pensem que irão para um lugar pior. Pelo contrário, queremos dar mais conforto a elas. Aqui fica tudo misturado, roupa, remédio”, explicou o voluntário que preferiu se identificar apenas como João.

Ainda de acordo com ele, o abrigo ainda precisa de remédios, toalhas, material de higiene pessoal, lençóis, colchonetes e travesseiros.

Voluntários devem se cadastrar na Defesa Civil
A Prefeitura de Teresópolis informou que as pessoas interessadas em trabalhar como voluntárias  para ajudar no atendimento às vítimas das chuvas devem se cadastrar na sede da Defesa Civil, e não mais no Ginásio Pedrão. A Defesa Civil funciona na Rua Júlio Rosa, 444, na Tijuca.

No Ginásio Pedrão, permanece o cadastro de desabrigados e desalojados e a entrega de doações de mantimentos. Já as doações de medicamentos devem ser encaminhadas para a Secretaria de Saúde (Av. Feliciano Sodré, 675 – 3º piso Centro – Prefeitura).

Doações de móveis vão para o galpão próximo ao Pedrão, localizado na Rua Garcia Menezes de Aragão, 51, Várzea, Centro. A Secretaria de Obras está aceitando doações de galochas, capas de chuva, pás, enxadas, lonas pretas, que devem ser entregues na Rua Fritz Weber, Várzea, próximo a rodoviária e ao mercado popular.
 

Buscas

Bombeiros, técnicos da Defesa Civil, militares e voluntários entram neste domingo (16) no 5º dia de buscas por moradores que ainda estão em regiões isoladas e por corpos, vítimas da chuva forte que arrasou a Região Serrana do Rio.

Durante toda a madrugada as equipes de resgate trabalharam nas cidades de Nova Friburgo e Teresópolis. Os trabalhos foram suspensos em Petrópolis, onde o trabalho roi retomado esta manhã.

Uma equipe equipe da Aeronáutica seguiu de helicóptero para a localidade de Brejal, onde cerca de 80 pessoas estão ilhadas. Outra equipe aguarda a chuva que voltou a cair em Petrópolis diminuir para seguir em outra aeronave para a região trabalhar na busca por pelo menos três corpos, que foram confirmados, estão soterrados na localidade.

Nesta segunda-feira (17), segundo o coordenador de Ações Emergenciais de Petrópolis, Luiz Eduardo Peixoto, começa a funcionar o hospital de campanha montado no Centro de Exposições de Itaipava. Peixoto apela para que os seis mil moradores e mais de mil voluntários que tiveram contato com água ou lama procurem a hospital para se vacinar contra doenças, como tétano e leptospirose. Os sintomas dessas doenças podem levar até um mês para aparecer.

Em Nova Friburgo, a chuva forte voltou a castigar a cidade na tarde de sábado (15).

Mais de 600 mortos
Em toda a região, desde a chuva forte que começou a cair na terça-feira (11), mais de 600 corpos já foram encontrados. Na manhã de domingo (16), mais dois corpos foram resgatados em Nova Friburgo, elevando número de mortos na enchente para 273. Em Teresópolis já foram encontrados 261 corpos, 53 em Petrópolis,19 em Sumidouro e 2 em São José do Vale do Rio Preto.

Em Teresópolis, a prefeitura informou que a Central de Cadastro de Desaparecidos recebeu a reclamação de que 88 pessoas estariam desaparecidas. Em Petrópolis, há 36 desaparecidos, segundo a prefeitura. Em Sumidouro, há outros cinco. Já em Nova Frigurbo, a prefeitura informou que não há levantamento sobre desaparecidos.

Já a Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil informou que o número de mortos é 611, sendo 274 em Nova Friburgo, 263 em Teresópolis, 55 em Petrópolis e 19 em Sumidouro.

Segundo a Polícia Civil, 590 corpos já foram identificados pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal), sendo 259 em Teresópolis, 267 em Nova Friburgo, 41 em Petrópolis, 19 em Sumidouro e 4 em São José do Vale do Rio Preto.

Maior tragédia da história
Esta já é a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.

No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Relembre outras tragédias.

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