No dia seguinte à queda de Hosni Mubarak da presidência do Egito, os ativistas egípcios estão dando um voto de confiança aos militares que ocupam o governo do país, relata o correspondente da TV Globo, Ari Peixoto, do Cairo.
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"É bom lembrar que o chefe do conselho, o general Mohamed Hussein Tantawi, é considerado muito chegado a Mubarak e resistente a mudanças. A oposição também está muito fragmentada, e enquanto isso não se resolver ficaremos nessa espécie de vácuo político", diz o correspondente.
Ele também fala sobre a situação dos ex-ministros e sobre o destino de Mubarak após sua saída do governo. "Alguns ex-minsitros não podem deixar o país. O da informação, Anas el-Fekky, está em prisão domiciliar. Foi ele quem tirou a emissora Al Jazeera do ar, na semana retrasada. Há também autoridades do governo que tiveram bens e contas-correntes congeladas. Hoje, a TV estatal confirmou que o ex-presidente Hosni Mubarak está na mansão dele em Sharm el-Sheikh, às margens do Mar Vermelho."
Segundo o enviado, a economia foi muito afetada pela paralisação. Atualmente, 20% dos egípcios vivem com menos de um dólar por dia e estão abaixo da linha da pobreza.
"O egípcio consegue se reinventar, ele é muito criativo. A gente, que frequentou a praça durante duas semanas seguidas, começou a ver surgir alguns movimentos de comércio. Começaram a vender bandeira, fitinha e cobrando por isso", relata.
O país terá, porém, que reconquistar a confiança dos investidores e dos turistas. "O turismo, que é 11% do Produto Interno Bruto, também foi muito afetado. As pirâmides estão fechadas até hoje", diz Peixoto.