Um aluno de oito anos da Escola Municipal Afonso Temporal, no bairro de Valéria, em Salvador, está internado no Hospital Couto Maia com quadro de meningite meningocócica confirmado. Há dez dias, outra criança, Emanuelle Santana de Souza, 9 anos, da mesma escola, morreu no Couto Maia, também de meningite.
Nesta quinta-feira (31), uma equipe de saúde do Distrito Sanitário São Caetano/Valéria irá à escola e à rua em que a criança mora em busca de pessoas que tiveram contato próximo com a vítima para realizar a quimioprofilaxia.
A vice-diretora da escola, Ana Maria Rosário, reivindica que além dos alunos, professores e funcionários deveriam ser foco de ação. “A luta da diretoria é para que todos sejam imunizados, mas eles se recusam a medicar dizendo que não há perigo. Temos receio de que surjam novos casos graves”, diz.
De acordo com Ana Maria Vasconcelos, chefe de imunização da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, a aplicação da medicação não pode ser indiscriminada, deve ser dado apenas às pessoas mais próximas, como colegas de classe e residência. “As pessoas serão selecionadas, caso contrário, corre o risco da bactéria adquirir resistência. Além disso, a bactéria não sobrevive no meio ambiente por muito tempo e, com o calor, isto se acelera”, conta.
OMS e Anvisa
Dados da OMS revelam que 10% a 12% da população são portadores e que em algum momento podem manifestar e transmitir a doença. “O portador é o ser humano, é impossível saber de onde vem o agente infeccioso”, explica.
Sobre o caso de Emanuelle, a Secretaria Municipal de Saúde informou que medicou 75 pessoas no bairro para evitar o avanço da doença na localidade. Foram familiares, vizinhos, alunos e funcionários da instituição de ensino. As determinações são do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.
Segundo a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), a meningite meningocócica pode ser causada por bactérias, vírus e fungos e é transmitida por vias respiratórias, através de secreções do nariz e/ou garganta.