16/04/2011 09h12 - Atualizado em 16/04/2011 09h12

Presidente do Banco Central sinaliza que ciclo de alta da Selic continuará

A maioria dos analistas independentes prevê alta de 0,5 ponto porcentual.
Alexandre Tombini afirma que governo se prepara para saída de capitais.

Da Agência Estado

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (25/3) (Foto: Darlan Alvarenga/G1)Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini
(Foto: Darlan Alvarenga/G1)

A menos de uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizou que o ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, não terminará tão cedo quanto imagina o mercado. A maioria dos analistas independentes prevê alta de 0,5 ponto porcentual - de 11,75% para 12,25% ao ano - como a última alta do período pós-crise internacional.

Tombini indicou ainda que o BC e o Ministério da Fazenda se preparando para um período de saída de capitais, motivado pelo aumento dos juros nos Estados Unidos e na Europa. A fala do presidente do BC estimulou parte dos analistas ainda crentes em um aumento de 0,25 ponto porcentual na Selic, na semana que vem, a elevar suas apostas a 0,5 ponto e contribuiu para uma baixa nas ações do setor bancário e nos papéis do varejo e das empresas de construção no fim da manhã desta sexta-feira (16).

"Estamos no meio de um ciclo de aperto monetário. Já subimos os juros em 300 pontos básicos e temos adiante mais trabalho a fazer", afirmou Tombini, em palestra em um seminário sobre as perspectivas econômicas para a América Latina, promovido pelo Brookings Institution. "É nosso dever assegurar a estabilidade financeira e a inflação dentro da meta", completou.

À plateia, Tombini explicou sua preocupação com os riscos inflacionários e com uma futura instabilidade financeira, decorrentes do intenso fluxo de capital no Brasil. O compromisso do BC, a rigor, é convergir a inflação ao centro da meta de 4,5% em 2012 - o que significa derrubar o indicador atualmente próximo ao teto, de 6,5%. Em consonância com o Ministério da Fazenda, Tombini criticou a excessiva liquidez resultante da política monetária das economias desenvolvidas. Em especial, dos EUA, onde os juros básicos estão próximos a zero desde dezembro de 2008 e onde a política de recuperação está assentada na emissão de dólares.
 

veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de