Edição do dia 09/05/2011

09/05/2011 08h16 - Atualizado em 09/05/2011 08h22

Merenda escolar no Japão envolve saúde, educação e cidadania

O correspondente Roberto Kovalick foi a uma escola japonesa ver como a comida é preparada, servida e administrada.

No Japão, comer bem é tarefa escolar. Nas escolas que tem espaço disponível, os alunos cuidam de uma horta, descobrem de onde vêm os alimentos e os cuidados para que cheguem à mesa limpos e saudáveis. É o que os japoneses chamam de educação nutricional. Desde pequenos, eles aprendem quais são os alimentos mais saudáveis, como devem ser preparados e até boas maneiras à mesa.

Hora do almoço é hora da prática. Um grupo veste roupas imaculadamente limpas, máscaras e toucas. São eles que servem a comida para os colegas. Além de aprender a valorizar os alimentos, ajudam a fiscalizar a qualidade do que estão comendo. O cardápio nesse dia tinha carne, arroz, ovo mexido, uma sopa com legumes, leite e gelatina de sobremesa. É uma refeição simples, mas nutritiva.

Antes de comer, tem música. "É hora da alegria. Vamos comer agradecendo", cantaram eles. Praticamente 100% das crianças do Japão almoçam na escola. Professores e até o diretor comem a mesma comida. Nas escolas públicas, os pais pagam o equivalente a R$ 80 por mês para a alimentação dos filhos. Os que não têm dinheiro recebem ajuda do governo.

Os pais no Japão são muito exigentes com as escolas e reclamam se encontrarem algo errado. Ainda mais quando se trata de comida, algo que os japoneses valorizam tanto. A manicure Bianca Yamamoto tem um filho de 9 anos que estuda em uma escola japonesa.

“Sei exatamente o que meu filho come na escola. Toda semana, a escola manda o cardápio para que a gente possa saber. E é tudo balanceado. Eles colocam proteínas, tudo balanceado”, conta a manicure Bianca Yamamoto.

Os funcionários envolvidos na preparação dos alimentos têm de fazer exames médicos trimestrais. Toda a roupa é esterilizada diariamente e, duas vezes por ano, a cantina é fiscalizada por um conselho formado por especialistas escolhidos pela Câmara de Vereadores de cada cidade.

A refeição termina, mas o trabalho não. Os alunos ajudam na limpeza da cantina. Aliás, eles também limpam as salas de aula e colaboram na manutenção do prédio. Cenas como as que o Fantástico mostrou em escolas brasileiras seriam impensáveis no Japão.
 

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