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Primeiro documento em que Hitler defende a matança de judeus é arrematado por museu do Holocausto nos EUA

RIO - O primeiro documento em que o ditador nazista austríaco Adolf Hitler defende o extermínio de judeus foi comprado por um museu do Holocausto em Los Angeles por 100 mil libras, informou o jornal britânico "Daily Mail".

A carta de 1919 relata os planos do líder nazista para exterminar judeus 21 anos antes de ele começar o massacre antisemita na Rússia e em campos de concentração na Polônia ocupada. Conhecido como "Gemlich Letter", o documento foi enviado para Adolf Gemlich, chefe do exército alemão depois da Primeira Guerra Mundial. Na época, Hitler morava na cidade alemã de Munique.

Ao escrever sobre a "questão judaica", Hitler descreve os judeus como uma "raça tuberculosa" e ressalta que há uma necessidade de "eliminar os privilégios dos judeus" , evocando uma "lei dos alienígenas'.

O trecho mais impressionante, no entanto, é a parte em que ele descreve sem qualquer discrição ou ressentimento suas intenções antisemitas: "O objetivo final desta legislação deve ser a irrevogável remoção de judeus em geral".

Estudiosos já têm conhecimento desta carta há algum tempo e a consideram um documento importante, porque mostra o quão cedo a obsessão de Hitler em aniquilar os judeus começou a permear suas ideias.

- É a primeira carta em que Hilter cita os judeus e mostra que eles estavam no centro de seu projeto político desde o início - explicou o historiador Saul Friedlander ao "Daily Mail".