Política

Três são procurados por fraude em cadastro de devedores de impostos em Taboão da Serra, SP

SÃO PAULO - Uma funcionária da Prefeitura de Taboão da Serra e dois ex-funcionários, que ocupavam cargos de confiança, estão sendo procurados pela polícia. Eles tiveram prisão decretada pela Justiça e são acusados de participar do esquema, ao lado de vereadores, que apagava dívidas de empresas e pessoas físicas referentes ao pagamento de IPTU e ISS. Para retirar os nomes do cadastro de devedores, eles cobravam 30% do valor da dívida. Sete pessoas já estão presas, entre elas os vereadores Carlos Alberto Aparecido Andrade (PV), Arnaldo Clemente dos Santos, o Arnaldinho (PSB), e José Luiz Eloi (PMDB). Os três negam o crime e foram detidos quando participavam de uma sessão da Câmara Municipal da cidade. O irmão de Carlos Andrade, Milton Andrade, também foi preso.

A estimativa é que nos três primeiros meses deste ano a quadrilha tenha desviado dos cofres da prefeitura R$ 1,2 milhão.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações para desarticular a quadrilha começaram a partir da prisão do servidor público Márcio Roberto Carraro, em março deste ano, no momento em que executava a fraude. Do computador que ele usava na prefeitura partiu um comando que fez desaparecer em um único dia quase R$ 65 mil em dívidas de impostos.

Segundo uma pessoa que denunciou o esquema e está sendo protegida pela Justiça, o vereador Carlos Andrade pediu a relação de empresas e pessoas físicas com as maiores dívidas de imposto predial, o IPTU, e ISS, imposto sobre serviços. O objetivo era negociar o sumiço das dívidas.

Além dos vereadores e de Milton Andrade, outros envolvidos são Bruno Camargo Bolsarine, responsável pela emissão da dívida ativa da prefeitura, Celso Santos Vasconcelos, o Celsinho, fornecedor de alimentos da prefeitura, e Turíbio Antônio de Castilho, ex-diretor do setor de cadastro do município.

- O Celso aparece como alguém que operacionalizava essa captação de clientela na rua e fazia o contato com os funcionários da prefeitura para que os débitos fossem baixados, assim como o irmão do vereador, com a vantagem de se valer desse parentesco para conseguir acesso ainda mais amplo aos setores da administração. O Turíbio é apontado como, talvez, um dos idealizadores do esquema por ser um funcionário antigo da prefeitura. Ele consta até como um dos beneficiados [do esquema]. O Bruno trabalhava no setor de dívida ativa como diretor e tinha ligação estreita com o Márcio - explicou o delegado responsável pelas investigações, Raul Godoy Neto.

Segundo ele, todos os presos estão sendo interrogados e os documentos apreendidos confirmam ainda mais as provas que já existiam contra eles.

- Em princípio os vereadores dizem que não têm participação alguma nesse esquema, mas, agora, fazendo o cruzamento com as provas documentais, é que vamos ver se chegamos a alguma conclusão.

A estimativa é que nos três primeiros meses deste ano tenham sido desviados dos cofres da prefeitura R$ 1,2 milhão. Aqueles que já foram presos estão sendo indiciados por formação de quadrilha e peculato.