29/06/2011 13h54 - Atualizado em 29/06/2011 16h46

Ex-PMs negam envolvimento em assassinato de empresário em Cuiabá

Hércules e Célio são apontados como pistoleiros de João Arcanjo.
Julgamento deve durar toda a quarta-feira no Fórum de Cuiabá.

Do G1 MT

Hércules Araújo Agostinho e Célio Alves vão a julgamento em Cuiabá (Foto: Reprodução/TVCA)Ex-PMs vão a julgamento por assassinato.
(Foto: Reprodução/TVCA)

Os ex-policiais Hércules Araújo Agostinho e Célio Alves de Souza estão sendo julgados em Cuiabá pelo assassinato do empresário Mauro Sérgio Manhoso. Em depoimento na manhã desta quarta-feira (29) no Fórum de Cuiabá, o ex-cabo Hércules e o ex-soldado Célio negaram participação no crime. O julgamento, à tarde, deve entrar na fase de debates entre defesa e acusação.

Mauro Manhoso foi assassinado com nove tiros em outubro de 2000 no centro de Cuiabá. As investigações apontaram que o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro teria pago R$ 8 mil para que Célio e Hércules executassem o empresário.

Julgamento
Uma testemunha que prestou depoimento durante o julgamento disse que ouviu, no dia do crime, que o assassinato havia sido cometido por dois pistoleiros. Depois foram ouvidos os dois réus. Hércules negou ter pilotado a moto e comparecido ao local onde a vítima trabalhava.

Questionado sobre a confissão que o próprio Hércules fez à época das investigações, o réu agora afirma que mentiu e que inventou a versão de que Arcanjo mandou matar Manhoso.

Célio Alves também negou envolvimento no homicídio. "Minha participação? Nenhuma", disse o ex-soldado. Ele foi apontado como o autor dos disparos que mataram o empresário Mauro Manhoso.

O crime
De acordo com as investigações da polícia, o crime aconteceu na capital em outubro de 2000, quando a vítima tentava implantar uma espécie de loteria. O processo aponta que João Arcanjo, que comandava o jogo do bicho na capital, teria encomendado o assassinato de Manhoso para que não tivesse concorrência no jogo ilegal na cidade. O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro deve ser julgado pelo mesmo crime em outra data.

Conforme os autos, Manhoso era o proprietário da empresa Prodados, cuja atividade era desenvolver sistemas para sorteios eletrônicos e bingos. Nos meses que antecederam a morte dele, Manhoso estava montando um sistema de jogo denominado ‘raspadinha’.

A atividade, direcionada para o jogo, não agradou a João Arcanjo Ribeiro, que detinha o monopólio dos jogos ilegais no estado e não permitia que terceiros ocupassem espaço. Para eliminar o concorrente, ele teria contratado o serviço de pistolagem de Hércules Araújo e Célio Alves.

Arcanjo também foi denunciado por mandar matar o empresário Domingos Sávio Brandão, assassinado a tiros em 2002. Sávio era empresário e dono do jornal Folha do Estado, que fazia denúncias contra Arcanjo.

Condenações
Hércules cumpre pena de mais de 117 anos de prisão por vários crimes cometidos em Mato Grosso. Célio Alves foi condenado a 82 anos de prisão em regime fechado também por vários homicídios. Os dois ainda respondem na justiça por outros assassinatos.