RIO - O estilista britânico John Galliano será levado nesta quarta-feira a julgamento na França acusado de proferir insultos antissemitas a clientes de uma cafeteria. Galliano, de 50 anos, foi demitido em março do cargo de diretor criativo do império da moda Dior, depois que um vídeo na internet mostrou o estilista, aparentemente embriagado, dizendo a uma mulher que "amava Hitler" e que os pais dela poderiam ter sido mortos em uma câmara de gás.
O vídeo, filmado em dezembro de 2010, estremeceu o mundo da moda às vésperas da Semana de Moda de Paris, enquanto surgiam queixas de outros dois incidentes separados nos quais o estilista britânico teria feito insultos antissemitas. Todos os casos serão abordados no julgamento que começa nesta quarta-feira.
Se considerado culpado, Galliano pode ter de pagar até 22 mil euros em multa e ser sentenciado a seis meses de prisão.
O estilista, que depois de ser demitido da Dior recebeu tratamento por uso de múltiplas substâncias, comparecerá ao tribunal e testemunhará que não é racista nem antissemita, mas um dependente químico que perdeu o controle de suas palavras, declarou seu advogado.
- Uma coisa óbvia é que John Galliano estava doente - afirmou à agência de notícias Reuters o advogado dele, Aurelien Hamelle.
A promotoria apresentará Galliano como um homem intolerante cujo ódio e preconceito, independentemente de estar sob efeito de drogas ou álcool. Procurada para declarações, a Dior informou por nota que seu envolvimento com o caso "acabou quando Galliano foi demitido, exatamente por essas ofensas gravíssimas".