France Presse

01/07/2011 09h36 - Atualizado em 01/07/2011 09h36

Governo venezuelano pede unidade após admissão de Chávez de que retirou um câncer

France Presse

CARACAS, 1 Jul 2011 (AFP) -O vice-presidente venezuelano Elías Jaua pediu na noite de quinta-feira aos partidários do governo "unidade e máxima disciplina" para defender o projeto político do presidente Hugo Chávez, que admitiu que foi operado de um tumor canceroso em Cuba.

"Unidade é o que se requer neste momento", declarou Jaua ao lado de todo o gabinete ministerial após o discurso do presidente.

"A todas as forças revolucionárias do país, a todos os movimentos sociais que acompanham o projeto da revolução bolivariana liderado pelo presidente Chávez, pedimos a unidade, a máxima disciplina, a coordenação de todas as ações necessárias para levar adiante as políticas revolucionárias", completou o vice-presidente.

De acordo com Jaua, a orientação do presidente é seguir avançando na transformação "para a sociedade socialista".

O vice-presidente declarou que no governo todos estão "profundamente otimistas" sobre o resultado do tratamento de Chávez.

Chávez, de 56 anos e no poder desde 1999, admitiu na quinta-feira, em mensagem à nação, que retirou um tumor canceroso em cirurgia realizada em Havana, destacando que se recupera favoravelmente e tem plena esperança na cura.

"Os estudos confirmaram a existência de um tumor com a presença de células cancerosas, o que exigiu uma necessária segunda intervenção, que permitiu a extração total do tumor", explicou o presidente em um emocionado discurso, no qual manifestou sua esperança na plena recuperação.

Chávez, que está em Havana há três semanas, revelou que foi submetido a duas cirurgias: uma devido a um abscesso pélvico, da qual o povo venezuelano foi informado, e outra posterior, para retirar o tumor, ao que parece também situado na mesma região.

O presidente, que geralmente fala de improviso, se limitou a ler um discurso de menos de 15 minutos, previamente gravado, com uma imagem de Simón Bolívar de um lado e a bandeira venezuelana do outro.

Visivelmente mais magro e emocionado, Chávez garantiu que se mantém "informado e à frente das ações do governo bolivariano, em comunicação permanente com o vice-presidente Elías Jaua e toda a equipe de governo".

Chávez justificou assim a decisão de não entregar o governo a Elías Jaua, como determina a Constituição, mas não revelou quando regressará à Venezuela.

O presidente assumiu a total responsabilidade pelo segredo mantido até o momento sobre seu estado de saúde.

Lembrando da tentativa de golpe de Estado na Venezuela em 2002, Chávez explicou que não queria se dirigir ao povo sem a certeza da plena recuperação. "Queria lhes falar (...) que estou saindo de outro abismo, com o sol do amanhecer que me ilumina. Acredito que conseguimos, graças a Deus".

Chávez agradeceu as manifestações de solidariedade procedentes de todo o mundo. "Toda esta solidariedade e este amor constituem a mais sublime energia, que impulsiona minha vontade de vencer esta nova batalha que a vida me apresenta".

"Até a vitória, sempre, venceremos (...). Por agora e para sempre viveremos e venceremos. Obrigado, até a volta", disse Chávez na despedida.

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