02/05/2011 20h43 - Atualizado em 02/05/2011 20h43

Médicos do Fundão denunciam falta de vagas em UTI pediátrica

Há duas semanas, crianças são atendidas em enfermaria improvisada.
Secretaria informou que processo para aumentar vagas está em andamento.

Do RJTV

Médicos do Hospital Pediátrico do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revelaram nesta segunda-feira (2) que, sem vagas suficientes, crianças que estão em estado grave são atendidas numa enfermaria improvisada. Há duas semanas, a direção desativou parte de uma enfermaria, que está sendo usada para quem precisa de cuidados intensivos.

No domingo (1º), uma menina de 8 anos que estava internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital morreu vítima de dengue. No local, com capacidade para seis leitos, há mais um que também está sendo usado, já que a procura é grande e urgente.

Na enfermaria improvisada, há um respirador emprestado pelo Hospital Municipal Carmela Dutra. Um outro foi retirado de uma das ambulância do próprio hospital. Um dos aparelhos é sustentado por uma atadura. Problemas que são reflexo da falta de leitos de UTIs para crianças na rede pública.

Enquanto não há solução para a carência de vagas, os médicos do hospital do Fundão convivem a cada dia com uma dura escolha: "Realmente do jeito que está, está complicado. Porque a gente tem que frequentemente estar escolhendo entre duas, três ou mais crianças qual terá direito a ingressar na UTI para ter atendimento mais qualificado", disse Edimilson Migowisk, diretor do Hospital Pediátrico da UFRJ.

A Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) informou que o processo para aumentar o número de vagas nas Unidades de Tratamento Intensivo pediátricas ainda está em andamento.

Falta de UTIs no estado

No feriado da Semana Santa, muitos pais não conseguiam vagas para os filhos em hospitais públicos do Rio e da Baixada Fluminense, nem mesmo com ordem judicial. A Secretaria estadual de Saúde admitiu que existe um déficit de pelo menos 30 leitos de UTIs pediátricas no estado:

"Entre um e seis meses com certeza uma maior quantidade de leitos estará disponibilizada", disse, no dia 25 de abril, o subsecretário de Atenção à Saúde, Alfredo Scaff.

No domingo (24), mesmo com uma liminar da Justiça, um menino de 3 meses, que estava internado no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, só conseguiu uma vaga numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica três dias depois de espera. A criança, segundo parentes, teve pneumonia grave e infecção generalizada.

De acordo com a madrinha do menino, Regiane Figueiredo de Oliveira, a ordem judicial determinava a transferência imediata da criança. Ela contou que o bebê seria levado para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.

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