19/05/2011 19h42 - Atualizado em 19/05/2011 21h56

Polícia ouve preso que teria ligação com incêndios a ônibus na Grande BH

Homem está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem.
Segundo polícia, quadrilha planejava explodir quatro viadutos na Grande BH.

Do G1 MG

Um detento da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, prestou depoimento, nesta quinta-feira (19), após ter confessado envolvimento nos incêndios a ônibus ocorridos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, de acordo com a Polícia Civil. O homem de 27 anos teria confirmado a participação em nove de 13 incidentes registrados desde o fim de abril.

Durante uma conversa por telefone gravada pela polícia, feita de dentro do presídio, o suspeito pergunta a uma mulher se ela havia visto a “fogueira santa”, que seria o primeiro veículo queimado, em Contagem, na Região Metropolitana. A escuta telefônica foi autorizada pela Justiça.

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(...) se eles não 'parar' por aí agora é começar a matar os agentes que aí o trem fica 'bão'."
Detento, durante gravação telefônica

Segundo a polícia, o preso cumpre pena por homicídio e tráfico de drogas. Na gravação telefônica, obtida com exclusividade pelo MGTV, o homem estaria conversando com a irmã sobre os crimes. De acordo com o delegado Islande Batista, o suspeito pertence a uma facção criminosa que atua na capital mineira. Leia abaixo parte da gravação.

Detento) - Você não viu o dia que nós "começou" não?
(Irmã do detento)
- Não
(Detento) - As "fogueira" santa?
(Irmã do detento) - Ah... tá, aquelas "fumaça" preta?
(Detendo) -Não, as "fogueira santa", os "busão" de nova contagem pegando fogo.
(Irmã do detento) - Ah..tá teve quatro ônibus queimados.

Em outro trecho da gravação, ele diz:

(Detento) - Aí é o seguinte, se eles não parar por aí agora é começar a matar os agentes que aí o trem fica bão.

Durante o depoimento, realizado no Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), o homem teria contado aos policiais que o grupo também planejava outras ações criminosas, como a morte de agentes penitenciários e a explosão de quatro viadutos em Belo Horizonte. No dia 13 de maio, a Polícia Militar apreendeu 149 bananas de dinamite em um lote vago na Grande BH. Segundo o delegado, o material explosivo teria sido armazenado no local pela quadrilha.

A polícia informou que os ataques foram motivados por uma operação ‘pente fino’ realizada na Nelson Hungria que teria desagradado os presos. A ação ocorreu nos dias 25 e 26 de abril e apreendeu drogas e celulares na penitenciária. Os policiais investigam o envolvimento de outros detentos nos crimes. De acordo com o delegado Islande, os incêndios foram comandados de dentro da prisão.

Onda de vandalismo

O último incidente ocorreu nesta terça-feira (17) no bairro Nova Cintra, Região Oeste de Belo Horizonte. Testemunhas disseram à polícia que seis homens armados, alguns aparentando ser menores, entraram no ônibus e mandaram que o motorista e o trocador saíssem. Eles teriam colocado fogo na parte da frente do veículo e fugido correndo.

Nesta segunda-feira (16), um ônibus que fazia o trajeto Centro de Belo Horizonte/Ribeirão das Neves foi incendiados depois de apresentar problemas mecânicos, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Motoristas e cobrador disseram o fogo foi colocado pelos passageiros.

Já no dia 10 deste mês, outro coletivo ficou destruído após tentativa de assalto em Matozinhos, na Grande BH. O fogo começou depois que criminosoas tentaram roubar o tacógrafo eletrônico, e a polícia investiga se houve um curto-circuito ou se os assaltantes provocaram o incêndio.

Também sem motivação esclarecida, um suplementar da linha 82 foi foi queimado no dia 9 de maio na Região Nordeste de Belo Horizonte. De acordo com a polícia, o ônibus estava estacionado e não tinha cobrador, motorista ou passageiro. Dois homens teriam jogado um produto químico no veículo, colocado fogo e fugido.

No dia anterior, outros quatro ônibus foram queimados em um estacionamento, no bairro Dom Cabral, na Região Noroeste de Belo Horizonte, na noite de domingo (8). De acordo com os bombeiros, parte do telhado do estacionamento também foi atingido.

Até o dia 2, outros cinco ônibus já haviam sido incendiados na Região Metropolitana de Belo Horizonte, segundo a polícia. Não houve registro de feridos em nenhum dos casos, segundo a polícia.
 

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